Cumprindo pena de sete anos na França por lavagem de dinheiro, o ex-presidente do Panamá Manuel Noriega, de 77 anos, pode ser extraditado a qualquer momento. Autoridades francesas informaram que preparam os documentos para a extradição do ex-militar. A medida é requisitada pelo Panamá, onde ele foi condenado por crimes cometidos durante o seu mandato (1983-1989).
O general Noriega, que chegou a atuar como espião do Serviço Secreto de Informações dos Estados Unidos, a CIA, foi detido por tropas norte-americanas após a invasão do Panamá, em 1989. No ano passado, ele foi extraditado dos Estados Unidos para a França, depois de ter passado 17 anos preso em solo norte-americano, condenado por tráfico de drogas, crime organizado e lavagem de dinheiro.
O porta-voz da Chancelaria francesa, Bernard Valero, disse que o governo do seu país atua para avançar no processo de extradição e receber apoio das autoridades norte-americanas para isso. O ex-presidente foi inicialmente condenado à revelia na França, em 1999, por lavar dinheiro originário do tráfico de drogas colombiano por meio de um banco francês, com o intuito de comprar imóveis em Paris.
A sentença foi confirmada em um segundo julgamento, ocorrido quando o panamenho já estava em solo francês. Em comunicado divulgado no último dia 19, a Chancelaria do Panamá informou que pretende levar Noriega de volta ao país para sentenciá-lo a 20 anos de prisão, sob acusação pela morte do opositor político Hugo Spadafora Franco, em 1985.