ROMA - O agente de televisão acusado de recrutar jovens para o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, Lele Mora, foi detido nesta segunda-feira pela polícia italiana por desvio de dinheiro e fraude, informaram fontes judiciárias italianas.
Mora, de 56 anos, que está envolvido com o caso ;Ruby rouba corações; por indução à prostituição, por ser uma das pessoas que organizavam as festas pessoais com astros da televisão e prostitutas de luxo do multimilionário chefe de governo, foi detido por ordem dos juízes de Milão (norte). Segundo a promotoria, o célebre empresário se apropriou de mais de oito milhões de euros após a quebra, em junho do ano passado, de sua empresa, LManagement, os quais aparentemente foram em parte enviados ilegalmente para contas bancárias na Suíça.
A detenção foi ordenada por medo de "que fuja, reincida no delito e adultere as provas", escreveu o juiz na ordem de captura. Segundo os juízes, Mora continuou desenvolvendo atividades empresariais apesar de ter declarado a quebra de sua firma, o que é ilegal.
Em conversas recentes publicadas pelo jornal La Repubblica, com base em uma série de grampos telefônicos, o empresário Flavio Briatore, ex-chefão da equipe Renault, investigado por um esquema de aluguéis ilegais de iates de luxo, contava que Lele Mora continuava organizando as controversas festas privadas para Berlusconi como se "nada tivesse acontecido". Pelo caso Ruby, Berlusconi está sendo julgado separadamente desde 6 de abril passado por abuso de poder e prostituição de menor.
A audiência preliminar contra Mora, o conhecido jornalista da televisão Emilio Fede e a deputada municipal Nicole Minetti por esse caso foi fixada para a próxima segunda-feira.