Caracas - Militares venezuelanos tentavam, neste domingo, pelo terceiro dia consecutivo, controlar mais de mil presos da penitenciária de El Rodeo, no norte do país, que se negam a se render, informou neste domingo o ministro do Interior, Tareck El Aissami.
"Aqui ficaremos pelo tempo que for necessário, (até que) deponham sua atitude e consigamos entrar, revisar e melhorar as condições dentro do estabelecimento penitenciário", disse El Aissami, repetindo os apelos que faz desde sexta-feira de diálogo com os detentos.
Em declarações ao canal de TV estatal VTV, o ministro explicou que 2.500 presos de El Rodeo já foram transferidos para outros centros penitenciários da Venezuela, enquanto outros mil aguardavam a evacuação. "Em duas semanas, vão retornar a este estabelecimento penitenciário, mas em condições dignas", prometeu.
Depois de três dias, as forças de ordem continuavam sem conseguir controlar uma parte de El Rodeo, onde 1.300 presos estavam sem eletricidade, apesar da atuação de cerca de 4.000 funcionários da Guarda Nacional e paraquedistas do Exército. As tentativas de negociação não deram frutos e este grupo de reclusos "recibia com tiros" aos militares, segundo El Aissami.
Nos arredores de El Rodeo, a 40 km de Caracas, dezenas de familiares dos presos viviam momentos de incerteza diante da falta de informações sobre as transferências e a saúde dos presidiários.
Na operação policial iniciada na madrugada de sexta-feira, as autoridades conseguiram controlar 70% dos cerca de 4.700 detentos da prisão, que tem capacidade para apenas 750, e apreenderam dezenas de armas, como fuzis e granadas.
Dois homens da Guarda Nacional e um preso morreram. Outras 24 pessoas ficaram feridas durante a rebelião.
Esta semana, 21 presos e um visitante morreram em confronto armado entre os presos, o fato mais violento registrado no interior de um centro de detenção da Venezuela desde 1999.