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Brasil teme que ação da ONU contra Síria aumente tensões

NAÇÕES UNIDAS - O Brasil, um membro chave do Conselho de Segurança da ONU, expressou preocupações nesta quinta-feira de que uma resolução das Nações Unidas condenando a violência na Síria possa aumentar as tensões no Oriente Médio.

O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, também afirmou que os ataques aéreos da Otan na Líbia causaram hesitação entre os membros do Conselho de Segurança sobre a adoção de ações contra a Síria.

Grã-Bretanha e França propuseram uma nova resolução, condenando a violência na Síria, para um possível voto do Conselho de Segurança, mas Rússia e China se opuseram veementemente à ação, enquanto Brasil, Índia e África do Sul expressaram reservas.

A Síria é "muito central quando se analisa a estabilidade no Oriente Médio", disse Patriota a jornalistas na sede das Nações Unidas, em Nova York. "Eu penso que a última coisa que queremos ver ou fazer é contribuir para exacerbar tensões naquela que consideramos ser uma das regiões mais tensas do mundo", acrescentou.

Patriota disse não haver apoio árabe para ações contra a Síria, como houve no caso da Líbia, quando a resolução 1973 da ONU determinou a adoção de sanções e permitiu ações militares para proteger os civis de ataques de forças de Muamar Kadhafi. "Também existe uma preocupação sistêmica, eu diria, sobre a implementação da resolução 1973", disse o ministro brasileiro. "Nós acreditamos que os membros do conselho deveriam observar estritamente a linguagem e o espírito nos quais a (resolução) 1973 foi adotada", emendou.

"Eu penso que preocupações a respeito da implementação desta resolução também estão influenciando a forma como as delegações olham para outras medidas que podem afetar outros países da região e a Síria em particular", acrescentou.

O Brasil ficou muito preocupado com a violência na Síria, "portanto, continuaremos monitorando a situação de perto antes de adotar uma posição sobre esta proposta específica", disse.

O Brasil foi um dos cinco países que se asbtiveram na votação sobre as sanções contra a Síria. O país sul-americano e a África do Sul são os dois países que as potências europeias esperam conquistar para apoiar uma resolução sobre a Síria.

Rússia e China expressaram forte oposição contra ações naquele país e poderiam vetar qualquer resolução, afirmaram diplomatas.