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Governo alemão é alvo de críticas após epidemia de E.coli

Berlim - O governo alemão era alvo nesta terça-feira de duras críticas pela gestão da epidemia de E.coli, um dia depois de um novo fracasso na identificação do vetor da bactéria que provocou em cinco semanas a morte de 25 pessoas na Europa e prejudicou sua agricultura. As primeiras análises das 40 amostras extraídas de uma granja no norte da Alemanha que produz brotos germinados deram negativo.

No entanto, os cientistas esperam resolver em breve o mistério da propagação da linhagem particularmente perigosa e resistente da bactéria E.coli, que deixou milhares de pessoas doentes.

Além das 17 amostras da granja ainda a serem analisadas, os cientistas acreditam que terão resultados melhores na análise de um pacote de brotos dessa granja encontrados no refrigerador de um paciente de Hamburgo que já se curou. Esse pacote, que venceu em 23 de abril, ou seja, oito dias antes de serem detectados os primeiros casos graves, poderá ser determinante na busca incessante promovida pelos diferentes institutos sanitários alemães há três semanas.

Mas também existe a possibilidade de "não encontrarmos a fonte", reconheceu, em declarações ao jornal Bild, Gert Lindemann, ministro da Agricultura da Baixa Saxônia, onde está a granja suspeita. Algo parecido ocorreu em 1996 no Japão, onde uma epidemia semelhante provocou a morte de oito pessoas e contaminou cerca de 10.000.

As autoridades sanitárias japonesas suspeitaram inicialmente que a epidemia tinha sido causada por rabanetes germinados, mas não puderam ter certeza e não se chegou a encontrar a origem.

Entretanto, a ministra alemã da Agricultura e Consumo, Ilse Aigner, respondeu às críticas da oposição e da imprensa, que denunciam a ausência de coordenação. "Trabalhamos todos juntos atualmente. Não há nenhum conflito de competência", declarou nesta segunda-feira à noite a ministra Ilse Aigner.

O diretor do Instituto Robert Koch, órgão federal encarregado da vigilância sanitária, reconheceu, no entanto, que o federalismo alemão, que divide de forma precisa o poder de decisão, podia complicar o trabalho. "Mas o sistema federal é sagrado na Alemanha", disse Reinhard Burger, presidente do instituto Robert Koch.