NICÓSIA - Pelo menos 25 pessoas foram mortas a tiros nesta sexta-feira pelas forças de segurança sírias durante a dispersão de um protesto na cidade de Hama (norte), disseram ativistas à AFP por telefone.
As forças de segurança "abriram fogo diretamente" contra os manifestantes próximo à sede do Partido Baath do presidente Bashar al-Assad, indicou a fonte. "Entre 25 e 30 mártires caíram e centenas de pessoas ficaram feridas", acrescentou a fonte, indicando que as forças "atiraram diretamente, sem tentar dispersá-los antes com bombas de gás lacrimogêneo".
"Lançaram bombas de gás lacrimogêneo depois de atirar", acrescentou a fonte, que afirmou que os manifestantes se manifestavam pacificamente.
Os manifestantes gritavam "Pacífica! Pacífica", ressaltou a fonte. Foi uma "verdadeira matança" e os mortos podem superar os 50, disse outra fonte da oposição.
As vítimas foram atingidas "por tiros disparados pelas forças de segurança que dispersavam" uma manifestação de 50.000 pessoas, a maior registrada em Hama desde o começo dos protestos, havia ressaltado pouco antes à AFP o diretor do Observatírio Sírio de Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman.
A televisão oficial síria indicou, por sua vez, a morte em Hama de "três sabotadores em enfrentamentos com a polícia quando atacavam um edifício público ao qual haviam ateado fogo". Anteriormente, a agência oficial Sana tinha indicado "centenas de pessoas concentradas depois do final das orações" de sexta-feira, mas sem mencionar a intervenção das forças de segurança. Segundo fontes opositoras, também foram registradas manifestações em Damasco e em seus subúrbios.
Cerca de 2.000 pessoas protestaram no subúrbio de Rukn al-Din e no bairro de Midan, em Damasco, disse à AFP Abdul Karim Rihawi, da Liga Síria de Direitos Humanos. Também havia milhares de manifestantes nas cidades de Jdaidet Artuz, Daraya e Zamalka.