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Incursões da Otan na Líbia atrapalham esforços de paz, diz Zuma

Cidade do Cabo - Os bombardeios da Otan estão minando os esforços de mediação de paz das nações africanas na Líbia, afirmou em uma transmissão de TV o presidente da África do Sul Jacob Zuma, durante a visita a Trípoli, para uma conversa com Muamar Kadhafi.

Os ataques aéreos da Aliança contra o ditador estão atrapalhando as tentativas africanas de negociar a paz, disse Zuma antes do encontro com Kadhafi, numa entrevista transmitida na África do Sul.

"Até mesmo a visita ao país teve que ser adiada por causa dos bombardeios", explicou Zuma em uma aparente referência à missão da União Africana (UA) na Líbia.

"Sempre temos que pedir permissão à Otan para entrar na Líbia", mesmo em nosso caso, disse.

"Eu acredito que isso, de alguma maneira, compromete a integridade da União Africana".

Zuma foi a Trípoli nesta segunda-feira encontrar-se com Kadhafi para discutir o fim do conflito, depois que um alto oficial da UA falhou na missão de paz em abril.

"Nós não podemos permitir que esse conflito dure mais tempo", disse ele à emissora pública SABC.

"A situação complica à medida que o tempo passa, isso pode terminar de uma maneira muito infeliz para a Líbia e talvez para o próprio Kadhafi," afirmou o presidente sul-africano.

Segundo a assessoria da presidência da África do Sul, Zuma está buscando um cessar-fogo imediato como tentativa de aumentar a ajuda humanitária e facilitar as reformas necessárias para eliminar a causa dos conflitos que eclodiram durante os protestos contra o governo, em meados de fevereiro.