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Oito mortos na 'sexta-feira dos defensores da pátria', na Síria

Damasco - Pelo menos oito civis foram mortos na Síria durante repressão a protestos contra o regime de Bashar al-Assad, em um dia batizado pelos opositores de "a sexta-feira dos defensores da pátria".

A repressão exercida pelo poder sírio desde meados de março a esta mobilização popular sem precedentes no país deixou mais de mil mortos e 10 mil pessoas presas, de acordo com militantes dos direitos humanos.

Novas manifestações ocorreram nesta sexta-feira (27/5) em várias parte do país, inclusive na capital Damasco, onde, até o momento, a movimentação era considerada pequena.

Das oito mortes, quatro foram registradas nos subúrbios de Damasco, informou à AFP o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, organização sediada em Londres.

"Três pessoas morreram quando as forças de segurança se mobilizaram para dispersar as centenas de manifestantes na localidade de Qatana, em Damasco", afirmou por telefone Rami Abdel Rahman, diretor da organização. De acordo com ele, a outra vítima foi morta no subúrbio de Zabadani.

Os sangrentos confrontos ocorreram no momento em que a oposição ao regime tomava as ruas de várias cidades da Síria, após as orações do meio-dia nas mesquitas.

As forças de segurança também reprimiram manifestantes em Damasco nos bairros de Rokn-Eddine, Deir Ezzor e Salehedin, precisou Abdelkarim Rihaui, presidente da Liga Síria dos Direitos Humanos.

Os manifestantes haviam convidado os soldados a se juntarem a eles neste dia de grande mobilização, mas não há informações sobre eventuais adesões de militares aos protestos.

No exterior, o presidente francês Nicolas Sarkozy disse estar de acordo com Barack Obama, para que Bashar al-Assad lidere a transição em seu país ou deixe o poder. A declaração foi dada ao final da cúpula do G8 em Deauville.

Esta foi a primeira vez que a França se colocou claramente a favor da saída de Asdad. Até então, Paris limitava-se a exigir o fim da repressão na Síria e reformas que levassem em conta as aspirações da população.

Ainda em Deauville, o presidente russo Dimitri Medvedev pediu a Assad, que teria se colocado a favor das reformas, que "deixe de falar e comece a agir".