Madri - A Espanha "recebeu uma mensagem do governo líbio que pede para que cheguem num acordo possibilitando um cessar-fogo" na Líbia, afirmou um porta-voz da presidência do governo espanhol nesta quinta-feira.
A mensagem foi dirigida à Espanha, que participa da operação militar em curso na Líbia, enviada pelo chefe de governo líbio, Baghdadi Mahmoudi, disse o porta-voz, sem especificar se tratava-se de uma carta ou outro tipo de mensagem.
"Evidentemente, todos somos a favor de que haja um cessar-fogo na Líbia, mas para isto deve haver uma série de condições, circunstâncias políticas", disse o porta-voz, afirmando que a Espanha "neste sentido tem que concordar com os outros governos europeus".
O jornal britânico The Independent afirmou na quinta-feira que Baghdadi Mahmoudi estaria pronto para enviar uma mensagem aos dirigentes internacionais para propor um cessar-fogo imediato sob o controle das Nações Unidas (ONU).
De acordo com a carta à qual o veículo britânico teve acesso, o regime do ditador Muamar Kadhafi está disposto a se entender com os rebeldes, declarar anistia e discutir uma nova constituição.
"A futura Líbia será completamente diferente daquela que existia há três meses", garante Baghdadi Mahmudi na carta, da qual o jornal publica trechos. "Este sempre foi o nosso projeto, mas agora temos que acelerá-lo", acrescenta.
"Para isso, devemos pôr fim aos combates, iniciar os diálogos, os entendimentos a respeito de uma nova constituição e criar um sistema de Governo que reflita a realidade da nossa sociedade e que esteja de acordo com as exigências de um regime moderno", considera o chefe do governo líbio.
De acordo com uma fonte do governo britânico citada pelo The Independent, os países ocidentais poderiam aceitar um cessar-fogo sob a condição de que Kadhafi partisse para o exílio.
O presidente americano, Barack Obama, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron, se comprometeram na quarta-feira a manter a pressão militar sobre o regime líbio.
Por outro lado, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, reiterou o pedido às autoridades da Líbia por um "verdadeiro cessar-fogo" e por "negociações sérias" a respeito da transição política.
Em 15 de maio, Baghdadi Mahmudi já havia confirmado que o regime libanês estaria disposto a um cessar-fogo imediato, o que levaria também a o fim dos bombardeios pela Otan. A afirmação foi feita durante encontro com o enviado especial da ONU, Abdel Ela Al Jatib.