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Míssil atinge casa de influente líder tribal opositor no Iêmen

Sanaa - A casa em Sanaa, do mais influente líder tribal do Iêmen, foi atingida esta terça-feira (24/5) por um míssil, após duros combates entre partidários seus e forças de segurança do regime do questionado presidente Ali Abdallah Saleh, que já deixaram seis mortos.

"A casa do xeque Sadek Al Ahmar foi atingida por um míssil e houve vários mortos e feridos, inclusive líderes tribais e mediadores", declarou a fonte.

"Entre os feridos está o general Ghaleb Gamach, chefe de uma missão de mediação" entre o poder iemenita e Al Ahmar, acrescentou, sem dar maiores detalhes.

Pouco antes, combates com armas de todo calibre, os primeiros desde o início da mobilização contra o regime de Saleh, no fim de janeiro, causaram a morte de pelo menos seis pessoas.

Estes enfrentamentos entre partidários de um influente líder tribal e forças armadas do regime, que começaram após Saleh se negar, no domingo, a assinar um acordo de transição, causaram a morte de 12 pessoas desde a segunda-feira.

Segundo uma fonte tribal, cinco partidários do xeque Sadek Al Ahmar, que se uniu à oposição, morreram em um bombardeio das forças governamentais realizado nas imediações de seu domicílio e 80 ou 90 mais ficaram feridos.

Por sua vez, a polícia anunciou que uma pessoa morreu e outras quatro ficaram feridas em suas fileiras.

Fontes oficiais informaram que partidários do xeque dispararam foguetes antitanque contra o Ministério do Interior.

Os combates foram retomados na manhã de terça-feira. Os enfrentamentos de segunda-feira já tinham deixado seis mortos.

Em um comunicado, Sadek Al Ahmar acusou Saleh de tentar provocar "uma guerra civil" para se manter no poder.

Durante reunião na residência deste xeque, dois mil representantes tribais, em particular membros das duas principais tribos do país, os Hashed e os Bakil, expressaram "sua solidariedade" com Ahmar, segundo um colaborador da AFP.

Líder da poderosa confederação tribal dos Hashed, o xeque Ahmar se uniu, em março, à oposição que pede a renúncia do presidente Saleh, que também perdeu o apoio de parte das forças armadas.

Ahmar, um dos 10 filhos do falecido xeque Abdallah Al Ahmar, que foi o principal aliado do presidente Saleh, está em condições de mobilizar mais de 10.000 homens armados, segundo fontes tribais.

O mediador dos países do Golfo, Abdelatif Zayani, pediu na tarde desta terça-feira o fim dos combates. A iniciativa do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) continua sendo "uma oportunidade de se conseguir uma saída pacífica" no Iêmen, afirmou.

O presidente iemenita havia ameaçado a oposição, no domingo à noite, com uma "guerra civil" e havia se recusado a assinar o acordo de saída da crise elaborado pelo CCG, que prevê a renúncia ao poder do atual presidente no prazo de um mês.

Na terça-feira, um porta-voz oficial disse que o Iêmen "rejeita qualquer tipo de ingerência em seus assuntos internos".

Na véspera, os Estados Unidos havia instado Saleh, um de seus aliados na "guerra contra o terrorismo", a "sair do bloqueio" após sua nova recusa a assinar o acordo de transição.

Saleh deve ceder o poder "imediatamente", havia afirmado a União Europeia na segunda-feira.