Moneygall - A Irlanda recebeu com alegria nesta segunda-feira (23/5) o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que elegeu a terra de seus antepassados para iniciar um giro europeu de uma semana, que também o levará ao Reino Unido, à cúpula do G8 na França e à Polônia.
"Bem vindo à casa", gritaram 300 pessoas que o saudavam em Moneygall, pequena localidade rural, situada a 130 km de Dublin, de onde saiu um de seus tataravós em busca de fortuna no Novo Mundo.
Esta peregrinação pessoal foi o ponto alto da primeira etapa de 24 horas da viagem de "O;Bama", como alguns o apelidaram na ilha.
Quando apareceu a caravana do presidente e da primeira-dama, Michelle, os vizinhos que suportaram longas filas, revistas minuciosas, vento e chuva, explodiram em júbilo.
O casal presidencial havia desembarcado momentos antes, procedente de Dublin.
Os Obama foram recebidos pelas autoridades municipais e por um primo distante do presidente, Henry Healey, de 26 anos, em quem a primeira-dama deu um abraço caloroso e que os acompanhou a saudar o resto da população.
"Muito obrigado por vir", disse o presidente aos presentes.
Posteriormente, o homem mais poderoso do planeta se dirigiu à casa onde o tataravô de Obama, Falmourth Kearney, filho de um sapateiro, morou antes de a fome o forçar a embarcar em 1850 rumo aos Estados Unidos, aos 19 anos.
A visita não podia terminar sem uma parada em um dos pubs locais, onde o casal presidencial provou a "bebida nacional" irlandesa, a cerveja Guinness, que, segundo Obama, "tem um sabor melhor na Irlanda do que nos Estados Unidos".
A viagem do presidente dos Estados Unidos, apenas um dia depois da visita histórica da rainha Elizabeth II da Inglaterra à República irlandesa, é vista como um gesto de confiança em relação a um país que tem pela frente um "caminho difícil" para sair da crise da dívida.
Pouco depois de sua chegada ao aeroporto de Dublin, Obama foi ao encontro da presidente, Mary McAleese e, posteriormente, do premier, Enda Kenny.
Depois destes encontros, Obama destacou que o processo de paz no Ulster enviava uma "onda de esperança" para o mundo inteiro.
"Queria dizer simplesmente ao povo irlandês o quando nos inspirou os avanços na Irlanda do Norte", disse. "Significam que a paz é possível e que gente que se enfrenta há muito tempo pode repensar suas relações", acrescentou.
Ao fim do dia, o presidente dos Estados Unidos deve proferir um discurso na escadaria do Banco da Irlanda, em Dublin, diante de 20.000 pessoas.
Nele, Obama abordará, sobretudo, a ligação entre a Irlanda e os Estados Unidos, onde vive uma comunidade de 34 milhões de pessoas de origem irlandesa com um importante peso político.
Depois do discurso, o presidente americano deixa a Irlanda em direção ao Reino Unido.
A viagem deveria ocorrer na terça-feira de manhã, mas foi adiantada para a noite desta segunda-feira devido a "uma mudança de direção" das cinzas vulcânicas da Islândia, informou a Casa Branca.
"O programa de terça-feira permanece inalterado", acrescentou o porta-voz.
Conforme o programa, o presidente americano se reunirá com a rainha Elizabeth II e ficará hospedado no Palácio de Buckingham até quinta-feira.
Após esta visita simbólica, Obama lembrará na terça-feira a parte mais política de sua visita, primeiro com uma visita de Esyadp de dois dias a Londres, onde será recebido no Palácio de Buckingham com a habitual pompa prevista pela Coroa britânica para este tipo de ocasiões.
Na quinta-feira, o presidente americano irá para a cidade francesa de Deauville (noroeste) para participar da cúpula do G8, onde abordará os temas de mais candente atualidade com as revoltas sem precedentes no Oriente Médio e a missão da Otan na Líbia.
O presidente terminará na Polônia este giro excepcionalmente longo pela Europa, continente que visita pela nona vez desde o início de seu mandato, em 2009, mas que se sente um pouco abandonado pelo autoproclamado "primeiro presidente americano do Pacífico".