Ao menos 19 pessoas morreram e 84 ficaram feridas neste domingo em uma série de ataques perpetrados em Bagdá e nos arredores da capital iraquiana, incluindo um atentado suicida que deixou 12 mortos, segundo os serviços de segurança iraquianos.
Esta nova onda de violência põe em xeque a capacidade das forças iraquianas para assumir a segurança do país, três dias após os atentados contra a polícia que deixaram 29 mortos em Kirkuk e a sete meses da data prevista de retirada das tropas americanas.
Mais de oito anos após a invasão do país por uma coalizão internacional liderada por Estados Unidos e Grã-Bretanha, o exército americano segue com 45 mil homens no Iraque, dedicados à formação das forças iraquianas.
Por sua vez, os últimos militares britânicos deixaram o país neste domingo. A Grã-Bretanha havia anunciado nesta semana o fim da missão de formação realizada pela Royal Navy para treinar os iraquianos, pondo fim às operações militares britânicas neste país.
A maioria dos soldados britânicos mobilizados no Iraque já havia abandonado o país em julho de 2009.
Neste domingo em poucas horas 13 bombas caseiras e três carros-bomba explodiram, e um atentado suicida foi realizado.
O ataque mais violento foi um duplo atentado praticado por volta das 09h00 local (03h00 de Brasília) em Taji, 25 km ao norte de Bagdá, que deixou 12 mortos e 23 feridos, informou um responsável do ministério do Interior que pediu o anonimato.
Um funcionário do ministério da Defesa iraquiano falou, por sua vez, de 14 mortos e 28 feridos neste ataque.
O atentado começou com a explosão de um carro-bomba, após o qual um terrorista suicida se matou no momento em que a polícia, os socorristas e diversas pessoas chegavam ao local. Oito policiais estão entre os mortos.
No sul da capital, quatro bombas de fabricação caseira explodiram em uma rua próxima a uma delegacia, e foram seguidas pela explosão de um carro-bomba, matando no total duas pessoas e ferindo 15, segundo o funcionário do ministério do Interior.
Em um bairro de Sadr City, uma bomba explodiu em um hospital deixando dois mortos e sete feridos, enquanto outro atentado perpetrado em um mercado feriu sete pessoas.
No setor de Al-Talbiya (norte) um carro bomba explodiu durante a passagem de um comboio do ministério do Interior, matando uma pessoa e ferindo outras cinco. Outro atentado perto da praça Wasiq (centro) deixou um morto e um ferido.
No leste da capital, seis pessoas ficaram feridas por uma bomba durante a passagem de uma patrulha da polícia e outras duas por dois artefatos explosivos contra o veículo de um funcionário do comando de operações em Bagdá.
Em outro episódio de violência, dois soldados americanos morreram neste domingo no centro do Iraque, segundo o Exército dos Estados Unidos.
Estes atentados ocorrem um dia após a morte de sete pessoas em vários ataques na província de Kirkuk, onde a luta contra os grupos armados é dificultada pela disputa entre o governo central e a região autônoma do Curdistão, que disputam este território.
Um alto responsável do Curdistão se pronunciou neste domingo a favor da manutenção das forças americanas no Iraque após a data prevista para sua retirada, no fim do ano.
"Se o governo de Bagdá e o parlamento iraquiano quiserem atrasar (esta retirada), nós estamos de acordo", afirmou o secretário-geral do ministério dos Peshmergas (combatentes curdos) Jabbar Yawar, em uma coletiva de imprensa em Erbil, capital da região.
A violência no Iraque não é comparável ao nível que alcançou em 2006 e 2007, mas continua sendo diária. No total, 211 iraquianos perderam a vida em atentados no mês de abril.