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Segundo investigação voo Rio-Paris 'não sofreu disfunção maior'

Paris - Uma primeira leitura das caixas-pretas do A330 da Air France que caiu em 2009 no Oceano Atlântico com 228 pessoas a bordo indica que "não houve uma disfunção maior" da aeronave, o que significa que não tenham ocorrido "disfunções menos importantes", apontou um diretor do BEA.

"A primeira leitura não evidenciou uma disfunção maior", como uma interrupção elétrica total, dos motores ou dos alarmes que fosse incompreensível para os pilotos", explicou à AFP Alain Bouillard, diretor de investigações técnicas do acidente aéreo do Bureau de Investigações e Análises (BEA), organismo francês encarregado de esclarecer as causas da tragédia.

Bouillard disse que isto não significa que "não pode ter havido disfunções menos importantes".

Na segunda-feira, uma nota interna enviada pela Airbus a seus clientes conhecida como AIT (Accident Information Telex) afirmava que as "análises preliminares" de uma das caixas-pretas do A330 não indicavam que a fabricante precisasse fazer "recomendações imediatas" às companhias aéreas.

Informações publicadas na imprensa na terça-feira destacam que a análise das caixas-pretas do avião parecia deixar a Airbus de fora da questão, embora o BEA tenha dito em um comunicado que este parecer ainda é precipitado.

Esta primeira leitura "não significa que amanhã ou depois de amanhã ou dentro de oito dias será expedido outro AIT dizendo que ;depois de análises complementares dos parâmetros (de voo do AF447), pedimos às operadoras que modifiquem isto ou aquilo", assinalou Alain Bouillard.

Os construtores de aeronaves informam as companhias sobre as medidas que devem adotar nas aeronaves em função dos avanços das investigações de um acidente.

Desde 1; de junho de 2009, dia do acidente, a Airbus já publicou seis AIT sobre o AF447, recomendando principalmente a substituição das sondas (sensores de velocidade) Pitot do fabricante francês Thales por sondas da americana Goodrich.

As duas caixas-pretas do AF447 foram resgatadas no começo de maio, após quase dois anos submersas a 3.900 metros de profundidade no local onde a aeronave afundou.

Uma das caixas, o FDR (Flight Data Recorder), gravou todas as informações de voo do avião (velocidade, altitude e trajetória), enquanto a outra, o CVR (Cockpit Voice Recorder) contém todas as conversas dos pilotos e todos os sons e anúncios ouvidos na cabine do piloto.