Sanaa - O presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, e a oposição devem assinar nesta quarta-feira um acordo sobre um plano para pôr fim à crise, declarou um conselheiro do chefe de Estado, no momento em que a oposição se mostra mais cautelosa.
A assinatura do acordo, com base no plano proposto pelas monarquias árabes do Golfo, "será realizada hoje", declarou Ahmad al-Soufi à rede de televisão Al-Arabiya.
Ele indicou que há uma "percepção positiva" e um "importante progresso" nas negociações entre as duas partes.
Um mediador enviado pelo Conselho de Cooperação do Golfo, Abdellatif Zayani, tenta desde sábado obter o acordo dos dois protagonistas para uma transição do poder.
Ahmad Qahtan, porta-voz da Frente Comum (coalizão da oposição parlamentar), afirmou que as duas partes "estavam prestes a assinar o acordo na terça-feira à noite", mas que o presidente Saleh desistiu no último minuto.
Os partidos de oposição devem realizar uma nova reunião nesta quarta-feira à tarde com Zayani, acrescentou Qahtan em uma declaração à AFP.
O presidente Ali Abdullah Saleh se recusava até o momento a assinar o plano estabelecendo a formação de um governo de reconciliação e a renúncia do presidente um mês depois, em troca de imunidade para o chefe de Estado e seus aliados. De acordo com o plano, uma eleição presidencial seria realizada dentro de um prazo de 60 dias após a assinatura do acordo.
Qahtan ressaltou que a oposição quer assinar um projeto inicial do plano apresentado em 21 de abril, enquanto que esse documento foi modificado posteriormente para levar em consideração as considerações de Saleh.
Os jovens manifestantes acampados em Sanaa desde 21 de fevereiro para exigir a saída Saleh advertiram no sábado que intensificariam suas manifestações se Zayani fracassasse em sua missão.
Segundo um registro estabelecido pela AFP a partir de fontes médicas e de segurança, 180 pessoas foram mortas desde o final de janeiro na repressão às manifestações pedindo a saída de Saleh, no pode desde há quase 33 anos.
Uma greve geral era realizada nesta quarta-feira em várias cidades do sul e do leste do Iêmen para exigir a saída imediata do chefe de Estado, segundo correspondentes da AFP.