Damasco - A oposição síria lançou uma convocação de greve geral nesta terça-feira, desafiando mais uma vez a repressão do regime de Assad, no momento em que o Exército mantém o estado de sítio da cidade de Tall Kalaj, onde as forças de segurança estão presente há vários dias.
"A quarta-feira será um dia de greve geral na Síria", afirma um comunicado publicado no Facebook. "Será um dia de castigo contra o regime", afirma o texto.
"Vamos fazer desta quarta uma sexta-feira (dia habitual das manifestações), com protestos em massa, sem escola, sem universidade, sem lojas nem restaurantes abertos e até sem táxis".
A convocação coincide com as informações de dezenas de mortos e feridos caídos pelas ruas da cidade de Tall Kalaj, oeste do país, sitiada pelo exército há vários dias.
"Parece uma cidade fantasma, posso ver corpos na entrada da cidade e dezenas de feridos que não podem sair", afirmou na manhã desta terça-feira um morador sunita por telefone. O Alawi, ramo do islamismo xiita, minoria na Síria, constitui a base do regime. A maioria dos 22 milhões de habitantes são sunitas.
Na noite de segunda-feira os moradores ouviram bombas e disparos no bairro de de Deir Baalba, na cidade de Homs, no centro do país, que está cercada pelo exército. "Centenas de tanques foram mobilizados na região e as forças de segurança controlam as identidades e registram os veículos minuciosamente", acrescentou o morador.
As informações e testemunhos não podem ser verificados já que os jornalistas não estão autorizados a circular pelo país. A agência de notícia oficial Sana anunciou a morte de dois ciais da polícia na segunda-feira, assassinados a tiros por um "grupo de terroristas armados".
Citando um funcionário do ministério do Interior, a agência também desmetiu a existência de uma vala comum em Deraa, cidade onde começou a mobilização contra o regime.
"Esta informação é totalmente falsa", afirma um comunicado, que acrescenta que "é parte da campanha de difamação contra a Síria", afirmou o responsável.
Na segunda-feira o militante Ammar Qurabi, da Organização nacional para os Direitos Humanos na Síria, havia anunciado por telefone, do Egito, o descobrimento de uma fossa comum em Deraa.