Londres - O Ministério britânico das Relações Exteriores anunciou a convocação nesta sexta-feira (13/5) do embaixador da Síria e o ameaçou com "mais sanções" se o regime não acabar com a repressão dos protestos, no âmbito de uma ação coordenada da União Europeia (UE).
O diretor político do Ministério das Relações Exteriores, Sir Geoffrey Adams, convocou o embaixador sírio Sami Khiyami para "expressar a forte preocupação do Reino Unido com a atual situação na Síria", informou o Foreign Office em um comunicado.
"Sir Geoffrey disse que, a menos que o governo sírio ponha fim às mortes de manifestantes e liberte os presos políticos, o Reino Unido, junto com seus parceiros da União Europeia, tomará as medidas para colocar o regime diante de suas responsabilidades", segundo o texto.
"Estas medidas incluirão mais sanções contra os níveis mais altos do regime, com restrições para viajar e o congelamento de bens", acrescentou.
Interrogado pela AFP, um porta-voz do ministério informou que esta convocação era "parte de um movimento coordenado da União Europeia".
"Os alemães já convocaram o embaixador", acrescentou, sem poder informar quantos países estavam envolvidos nesta ação.
Sir Geoffrey também instou o embaixador a "respeitar os Direitos Humanos universais, incluindo a liberdade de expressão", e demonstrou sua "preocupação pela contínua proibição de acesso à imprensa internacional na Síria".
Em Paris, Bernard Valero, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da França, indicou que a convocação da embaixadora síria não estava nos planos "no momento". "Estamos comprometidos em passar as mesmas mensagens e as passamos nos últimos dias às autoridades sírias, principalmente à embaixadora em Paris, Lamia Chakkur", declarou à AFP.
"Em concordância com nossos parceiros europeus, trabalhamos na segunda etapa de sanções europeias", acrescentou, lembrando que a França deseja que o presidente sírio Bashar al-Assad seja atingido pelas medidas.
O embaixador Khiyami já havia chamado a atenção de autoridades no Reino Unido no fim de abril, quando o governo retirou no último momento o polêmico convite para o casamento do príncipe William e Kate Middleton, ao estimar "inaceitável" sua presença devido à violenta repressão em seu país.
O regime de Bashar al-Assad intensificou na quinta-feira a repressão ao movimento de protesto, que, segundo várias ONGs, deixou 700 mortos e milhares de detidos desde meados de março.