Damasco - O ministro sírio da Informação, Adnane Mahmud, afirmou nesta sexta-feira (13/5) que um "diálogo nacional" começará nos próximos dias na Síria, palco desde 15 de março de um movimento de contestação sem precedentes ao regime do presidente Bashar al-Assad.
"Um diálogo nacional global vai começar nos próximos dias em todos os setores do governo", declarou Mahmud durante uma entrevista coletiva à imprensa, na qual não forneceu maiores detalhes.
O ministro ressaltou que o presidente Assad tinha se reunido nas últimas semanas com delegações representando o povo de diversas regiões sírias. "O presidente ouviu suas queixas, assim como suas opiniões sobre o que está acontecendo na Síria", disse.
Apesar da repressão - que deixou pelo menos 700 mortos e milhares de presos desde o início do movimento de contestação em meados de março, segundo organizações de Defesa dos Direitos Humanos -, a oposição lançou um apelo à mobilização na página "The Syrian Revolution 2011".
Consultado pela AFP sobre as declarações do ministro da Informação, o escritor e opositor sírio, Luai Hussein, considerou "inútil" o diálogo anunciado pelo ministro.
"Não haverá diálogo sem a libertação de todos os presos políticos, e sem a autorização de atos e manifestações pacíficas", afirmou Hussein
"Os sírios devem então poder dialogar entre eles para que possam chegar a um acordo sobre suas reivindicações, sobre sua visão política e escolher seus representantes para o diálogo com o poder", ressaltou.
Luai Hussein foi preso no início da onda de contestação na Síria pelos serviços de segurança em Sehnaya, próximo a Damasco. Ele divulgou na internet um comunicado para recolher assinaturas em solidariedade aos moradores de Deraa.
Os manifestantes em Deraa, onde nasceu o movimento de contestação, sofrem a violenta repressão das forças de segurança.