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Oposição paquistanesa pede investigação independente sobre Bin Laden

Islamabad - O líder opositor paquistanês, Nawaz Sharif, pediu nesta quarta-feira (11/5) uma investigação independente sobre a morte de Osama bin Laden em 2 de maio no Paquistão, rejeitando o procedimento militar interno anunciado pelo governo.

"Rejeitamos totalmente a comissão do primeiro-ministro. Não tem poder e não pode investigar o assunto com profundidade", disse em uma entrevista coletiva à imprensa pouco depois de retornar da Grã-Bretanha, onde foi submetido a um tratamento médico.

"Temos que ir até o fundo das coisas. Caso contrário, a história não vai nos perdoar", considerou.

"Esta comissão deve determinar tudo o que estiver relacionado à presença de Osama bin Laden e à operação americana no Paquistão", acrescentou.

Sharif pediu que seja criada uma comissão judicial presidida pelo principal magistrado do país com o objetivo de realizar uma investigação de 21 dias.

O magistrado Iftijar Muhamad Chaudhry é considerado um juiz independente.

Esta comissão "tem que investigar para saber se houve um acordo com os Estados Unidos para permitir que suas forças realizassem operações no Paquistão. Se foi assim, terá que determinar se algo nesse sentido está em conformidade com a Constituição", disse Sharif.

Os Estados Unidos asseguraram na terça-feira que foram registrados "avanços" para a obtenção de mais informações do Paquistão sobre Osama bin Laden, uma semana depois da morte do líder da Al-Qaeda.

"Continuamos trabalhando com o Paquistão para termos acesso a toda a informação que possa contribuir para o nosso objetivo comum de manter nossa cooperação antiterrorista (...) e acreditamos que estamos avançando", declarou Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado.