Bagdá - Dez supostos membros da Al-Qaeda e oito policiais morreram na madrugada de sábado para domingo em Bagdá, durante uma rebelião em um presídio organizada pelo homem acusado de planejar a chacina da catedral siríaca da capital, disseram as autoridades neste domingo.
A rebelião ocorre num momento em que as forças de segurança temem um aumento das atividades do braço iraquiano da Al-Qaeda. Eles podem tentar vingar o líder da organização, Osama Bin Laden.
O motim, que durou algumas horas, ocorreu no Centro de Detenção da Unidade de Luta Antiterrorista, provocando a morte de quatro oficiais.
Entre os mortos está o General Moayed Al Sayed, diretor da unidade, além de outros quatro policiais, informa um alto funcionário do gabinete antiterrorismo iraquiano, que pediu anonimato.
A revolta começou quando os policiais interrogavam um suspeito da Al-Qaeda, Huthaifa Al Bataui, para obter informações sobre possíveis projetos de retaliação.
Bataui é acusado de ter coordenado o sangrento atentado contra a catedral siríaca de Bagdá, em 31 de outubro de 2010, quando morreram 44 fiéis, dois sacerdotes e sete membros das forças de segurança.
Em novembro, quando foi preso com outros onze membros da Al Qaeda, as autoridades afirmaram que ele era o líder do braço da organização terrorista no Iraque.
Durante o interrogatório, por volta da meia-noite, Bataui conseguiu tomar posse da arma de um tenente e o matou. Além de ter feito alguns reféns, ele libertou nove prisioneiros que seriam membros do braço da Al-Qaeda no Iraque, afirma a fonte.
O grupo foi então para o escritório do general Saleh, e o assassinou com um tiro na cabeça. Em seguida, pegaram armas e granadas apreendidas.
Cinco dos detentos tentaram fugir numa viatura, mas membros das forças especiais chegaram com reforços e mataram os fugitivos.
Os outros cinco se refugiaram no presídio até que o último foi morto, por volta das 04H30 no horário local, indica a fonte, acrescentando que um outro preso foi ferido.
"A célula que foi desmantelada em novembro também era acusada de ter organizado muitas outras operações terroristas, não só a da catedral", explica o responsável.
"Muitas outras investigações estavam em curso, por isso estavam detidos na Unidade Antiterrorista".
No centro de detenção havia 220 presos, entre os quais 38 supostos membros da Al-Qaeda.
Após a morte de Osama Bin Laden, as medidas de segurança foram reforçadas no Iraque, onde a Al-Qaeda ainda consegue realizar grandes operações.