Os habitantes de Misrata, cidade que há dois meses sofre os ataques das forças do líder líbio Muamar Kadafi, aguardaram para esta terça-feira - fim do prazo dado pelos insurgentes - uma intervenção da Otan para instaurar a segurança no porto, única saída disponível para os sitiados.
Após um ataque efetuado na manhã de segunda-feira pelas forças de Kadafi, a calma havia retornado nesta manhã à terceira maior cidade do país, localizada a 200 km ao leste da capital Trípoli.
Na véspera, dois tanques das forças favoráveis a Kadhafi foram destruídos ao tentarem uma incursão, de acordo com os rebeldes.
Fontes de uma equipe médica afirmam que o número de vítimas apenas na segunda-feira foi de 14 mortos e 30 feridos.
Misrata é palco de combates entre rebeldes e forças leais ao coronel Kadafi. Na cidade, o ambiente de euforia desde 25 de abril, quando as forças governamentais foram expulsas da região, agora tornou-se tenso.
Na noite de domingo, o porto, essencial para o abastecimento da cidade de meio milhão de habitantes e considerado a única saída para os refugiados que fogem dos combates, sofreu um intenso bombardeio das forças pró-Kadafi.
Barcos humanitários se encontram em Misrata desde sábado, esperando uma autorização da Otan para poderem atracar.
Na manhã desta terça-feira, dezenas de habitantes esperavam por horas, de pé numa fila de uma padaria no centro da cidade. O pão e a carne estão cada vez mais escassos. As frutas e verduras são quase inexistentes.
O primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan declarou nesta terça-feira em Istambul que o chefe líbio Kadafi deve deixar o poder imediatamente e sair do país para dar fim ao derramamento de sangue na Líbia.
No domingo, vários prédios diplomáticos foram atacados na capital, em especial os da Itália e da Inglaterra. Os atentados ocorreram horas depois dos bombardeios da Otan sobre Trípoli, nos quais, de acordo com os rebeldes, morreu um dos filhos de Kadafi, Seif al-Arab, e três de seus netos.