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Confira o perfil do suposto substituto de Bin Laden na Al-Qaeda



Um homem articulado, político e perverso. Essas são algumas das muitas facetas daquele que pode se tornar o homem mais procurado do mundo depois da morte de Osama bin Laden. O egípcio Ayman Al-Zawahiri, 59 anos, deve ser o novo chefe da rede terrorista Al-Qaeda. O médico foi um dos grandes líderes durante o planejamento dos ataques de 11 de setembro e ajudou o amigo a criar a organização nos anos 1980. Considerado o mais radical da cúpula do grupo, ele apareceu em um vídeo em abril para pedir que os muçulmanos da Líbia lutassem contra Muamar Kadafi. Ele foi visto pela última vez em outubro de 2001, no Afeganistão, e está escondido desde então.

Al-Zawahiri cresceu em um bairro de classe média no Cairo. A família era conhecida pelo trabalho acadêmico. O avô era presidente da universidade da capital egípcia. Nos anos 1960, ele começou a se envolver com a Irmandade Muçulmana enquanto cursava a faculdade de medicina. Como o grupo era grande e muito dividido, resolveu se juntar à ala que tinha ideias religiosas mais radicais. Depois de participar de um plano para matar o então presidente Gamal Abdel Nasser, foi preso aos 15 anos ; por porte ilegal de arma ; e torturado. Ele conseguiu o diploma de médico em 1974 e quatro anos depois se tornou um cirurgião.

O egípcio conheceu Bin Laden na fronteira do Afeganistão com o Paquistão nos anos 1980, enquanto trabalhava como voluntário para atender refugiados. O médico viu na amizade com o multimilionário jovem saudita, que também tinha ideais extremistas, uma oportunidade para colocar seus planos em prática. Al-Zawahiri foi preso em 1981 por ter colaborado com o assassinato do presidente egípcio Anwar Sadat. Dezessete anos depois, foi acusado de ajudar a planejar os atentados às embaixadas dos EUA em Dar es Salaam (Tanzania) e Nairobi (Quênia). Foi nessa época que ele decidiu se juntar à Al -Qaeda.

Das conversas entre os dois amigos, surgiu grande parte da ideologia do grupo. O médico tinha contatos em outros lugares do mundo, sabia falar inglês e francês e mostrava habilidade para ser líder. No entanto, muitos o descreveram como violento e radical demais até para Bin Laden. Ele não gosta de negociar ou buscar aliados. A atitude pode tanto afastar o médico da liderança da Al-Qaeda quanto levar a organização terrorista para uma verdadeira missão de vingança.

Depois dos ataques de 11 de setembro, o braço direito de Bin Laden pode ter recebido mais funções com o afastamento do chefe. Al-Zawahiri também assumiu o papel de porta-voz do grupo. Desde de 2003, ele apareceu em 40 vídeos divulgados pela organização ; os dois últimos, neste ano. O primeiro foi durante a revolta no Egito, em fevereiro, quando disse que ; a verdadeira autoridade do país estava na embaixada americana;. E no mês passado, pediu para os muçulmanos da Líbia lutarem contra as tropas estrangeiras e o governo.

Tudo indica que Al-Zawahiri possa estar escondido no Afeganistão. Há informações que sua mulher e os filhos foram mortos no país depois de um ataque aéreo dos EUA. Outros líderes do grupo foram apontados como possíveis sucessores. O egípcio Saif Al-Adel, 50 anos, é o suposto comandante militar da Al-Qaeda. Já Fasul Abdulah Mohamed, 40, controla a rede terrorista no leste da África. E Suleiman Abu Ghaith, kuwaitiano de 46 anos, um dos principais comunicadores da organização, também está na lista.