Desde os atentados de 11 de setembro de 2001, ele se tornou o homem mais procurado do mundo. ;Vivo ou morto;, disse o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, logo após os ataques. Para seus inimigos, Osama bin Laden foi um fanático religioso, um terrorista com o sangue de milhares de vítimas em suas mãos e responsável por conflagrar uma escalada de tensão global. Para seus seguidores, um líder visionário lutando contra as agressões do Ocidente aos muçulmanos. Para ambos, como descreve Jason Burke, autor de A caminho de Kandahar e Al-Qaeda, foi um dos raros personagens cujas ações são capazes de mudar o curso da história.
A vida do terrorista foi marcada por extremos e contradições. Nascido em meio a grande riqueza, viveu a maior parte do tempo em relativa pobreza. Décimo-segundo filho de um magnata da indústria de construção na Arábia Saudita, Osama bin Laden nasceu em Riad, em 10 de março de 1957. Segundo Yossef Bodansky, em Bin Laden ; O homem que declarou guerra à América, toda sua vida foi fortemente marcada pelos eventos-chaves que se desenrolaram no Oriente Médio.
Bin Laden estudou engenharia civil e comércio na conceituada Universidade King Abdul Aziz , de Jidá. Em 1973, seu pai, Muhammad bin Laden, experimentou um profundo impacto espiritual que, aos poucos, foi influenciando o filho. Naquele ano, Osama entrou em contato com grupos islamitas.
Após a invasão soviética, em 1979, ele viajou ao Paquistão, onde conheceu líderes da resistência. Em pouco tempo, ganhou uma reputação de combatente valoroso e se uniu a dirigentes fundamentalistas. Já no Afeganistão, ele organizou uma base logística e lutou contra a invasão soviética com a ajuda da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA). Em 1988, um ano antes da retirada do Exército Vermelho, criou a Al-Qaeda (A base, em português).
Persona non grata
No ano seguinte, Bin Laden retornou à Arábia Saudita e, em 1991, com a Guerra do Golfo, condenou a família real saudita por ter autorizado a mobilização de soldados norte-americanos no território. A reclamação o tornou persona non grata em seu país. Após esse episódio, Bin Laden se refugiou no Sudão, onde começou a treinar simpatizantes da Al-Qaeda. Em 1994, sua nacionalidade saudita foi cassada. Dois anos depois, ele acabou expulso do Sudão e se mudou para o Afeganistão, pouco antes de os talibãs tomarem o poder em Cabul.
No Afeganistão, sua colaboração com o regime lhe permitiu permanecer no país sob a condição de ;hóspede de honra;, o que lhe permitiu instalar campos de treinamento. Sua presença no Afeganistão, entretanto, seria uma das causas da queda do regime, no fim de 2001 ; foi de lá que Osama planejou os atentados mortíferos contra os Estados Unidos.
Algumas horas após os ataques de 11 de setembro, que atingiram as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e o prédio do Pentágono, em Washington, causando a morte de quase 3 mil pessoas, George W. Bush culpou Bin Laden e anunciou o início de uma grande caçada. Passados pouco mais de nove anos, as forças dos EUA finalmente o encontram, em uma mansão fortificada na cidade de Abbottabad, a 60km da capital paquistanesa, Islamabad. Na madrugada de segunda, aos 54 anos, Osama bin Laden foi morto com a mais nova de suas quatro mulheres e um de seus 19 filhos.