Tegucigalpa - Um tribunal especial de Honduras anulou nesta segunda-feira (2/5) os julgamentos por corrupção abertos contra o ex-presidente Manuel Zelaya, derrubado em um golpe de Estado em 2009. A medida pode permitir o seu retorno do exílio na República Dominicana.
O ex-presidente, que está exilado desde janeiro de 2010, já havia recebido no ano passado uma anistia por supostos delitos políticos dos quais era acusado. A Corte "declarou oficial a anulação dos julgamentos iniciados contra o cidadão Manuel Zelaya em 2009", afirmou, após ser notificado, o advogado de defesa do ex-presidente, Anaím Orellana.
Zelaya, que foi derrubado em 28 de junho de 2009 e cujo mandato constitucional terminou em 27 de janeiro de 2010, foi acusado de crimes políticos e corrupção, devido a suas pretensões de convocar uma Assembléia Constituinte. Os delitos políticos foram indeferidos por um decreto de anistia do presidente Porfirio Lobo, mas ainda estavam pendentes as acusações por crimes comuns como fraude, violação dos deveres de funcionários e abuso de autoridade pelo gasto de três milhões de dólares em publicidade.
Lobo estuda, agora, o regresso de Zelaya ao país a fim de facilitar a reincoporação de Honduras à Organização de Estados Americanos (OEA), da qual foi suspensa depois do golpe de 2009. O presidente hondurenho havia se encontrado, em 13 de abril, em Cartagena, Colômbia, com os presidentes da Venezuela, Hugo chávez, e o anfitrião Juan Manuel Santos, com quem falou sobre a possível volta de Zelaya.