As forças de segurança sírias realizaram novas prisões nesta segunda-feira, e deram um prazo de 15 dias às pessoas que cometeram "atos contrários à lei" para apresentarem sua rendição, sem impedir que a oposição convocasse novos protestos de solidariedade à cidade sitiada de Deraa.
As forças de segurança entraram ao amanhecer na localidade de Kafar Nubol, 320 km ao norte de Damasco, onde revistaram centenas de casas e prenderam 26 pessoas, indicou o site opositor "Syrian Revolution 2011".
Quase dois meses após o início do movimento de protesto, as manifestações mantêm seu vigor apesar da repressão que já provocou centenas de mortos.
No domingo, as forças de segurança sírias detiveram 365 pessoas, em particular nas cidades de Deraa (sul), epicentro do movimento, Duma (perto de Damasco), Latakia (noroeste) e Qamishili (nordeste), segundo ativistas dos direitos humanos.
As forças de segurança detiveram "499 membros de grupos terroristas em Deraa", indicou um porta-voz militar sírio, citado pela mídia oficial, que falou na morte de "dois militares e dez terroristas".
Desde o início das manifestações, o regime acusa "quadrilhas criminosas armadas" e "grupos terroristas" pela violência na Síria.
O ministério do Interior intimou os "cidadãos que cometeram atos contrários à lei, como portar armas, atentar contra a segurança ou propagar informações enganosas, que se rendam até o dia 15 de maio e entreguem suas armas às autoridades competentes".
Além disso, o ministério pediu à população síria "que entregue informações sobre os sabotadores, os terroristas e os esconderijos de armas", indicando que, neste caso, os denunciantes "não serão punidos nem julgados".
Apesar disso, o site "Syrian Revolution 2011" convocou uma mobilização em todo o país todos os dias ao meio-dia, em solidariedade a Deraa e todas as "cidades sitiadas".
Os militantes do site "Jovens da Revolução Síria 2011" também anunciaram protestos em solidariedade a Deraa esta semana, além de Banias, Jeblah, Homs, Talbiseh e Tal Kalaj.