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Relíquias de João Paulo II já são veneradas na Polônia

Czestochowa - Mesmo antes da beatificação do Papa João Paulo II em 1; de maio no Vaticano, seu cinto, perfurado por uma bala e manchado de sangue durante o atentado de 1981, é venerado como uma relíquia no santuário mariano de Jasna Gora, na Polônia Católica.

"Formalmente, é preciso esperar até o dia 1; de maio e a beatificação para que o cinto seja considerado uma relíquia. Mas, para os peregrinos já é um objeto de culto", explicou à AFP o padre Jan Golonka, encarregado dos ex-votos oferecidos pelos fiéis por décadas.

"Tivemos muita sorte, pois o próprio João Paulo II nos ofereceu seu cinto. Os outros que queriam ter suas relíquias tiveram que passar pelo Vaticano, através de um procedimento muito complicado", explicou.

Segundo ele, o Vaticano não prevê tirar relíquias dos restos do Papa, pelo menos não de imediato, apesar de a demanda ser enorme.

Depois do atentado cometido pelo turco Ali Agca, João Paulo II havia guardado no Vaticano seu cinto e uma das três balas que quase o mataram. Em 1982, deu os objetos de presente ao Santuário de Fátima e um ano mais tarde, durante uma viagem à Polônia, o cinto foi depositado no Santuário de Jasna Gora, como ex-voto ante a Virgem Negra por ter salvado sua vida, explicou o sacerdote.

"Apenas em 2004, o papa concordou que fosse exposto para os fiéis. Foi colocado no relicário, atrás de um cristal, junto à Virgem Negra", acrescentou o padre Golonka.

Os monges paulinos de Jasna Gora não são os únicos na Polônia que dispõem de tais tesouros. O cardeal Stanislaw Dziwisz, arcebispo da Cracóvia e ex-secretário do papa, guarda uma ampola com sangue do papa polonês.

O objeto foi entregue por médicos. Esta ampola será enviada no dia 11 de junho ao Centro João Paulo II em Lagiewniki, no subúrbio da Cracóvia, não muito distante do canteiro de obras onde o papa trabalhou como operário durante a Segunda Guerra Mundial.

O cardeal Dziwisz ofereceu uma gota do sangue papal ao piloto de Fórmula 1 polonês Robert Kubica (Lotus Rénault), gravemente ferido em um acidente na Itália, para curá-lo.

Acredita-se que as irmãs do Sagrado Coração também obtiveram sangue de João Paulo II, bem como uma mecha de seus cabelos, disse o escultor polonês Czeslaw Dzwigaj, professor de arte sacra na Academia Papal da Cracóvia.

Dzwigaj é o autor de um altar e de um relicário da igreja desta congregação na Cracóvia, mas ainda não viu as relíquias que serão depositadas ali depois da beatificação.

Em Jasna Gora, os monges expuseram mais de cem objetos do papa como batinas, seu solidéu branco, rosários, seu anel, bem como outras peças de uso cotidiano como um copo de cristal, um prato e até uma toalha de banho.

"Todos esses objetos já são relíquias para os fiéis. Não podemos esquecer que o papa os tocou e os levou consigo. São verdadeiras relíquias de João Paulo II", explicou Marek Socik, quem preparou a exposição.