O ministério das Relações Exteriores do Sri Lanka qualificou de "viciado" o relatório da ONU que atribui ao governo a morte de milhares de civis na ofensiva final contra os separatistas tâmeis em 2009.
"A divulgação pública deste relatório neste momento é propício para espalhar discórdia e perturba nossos esforços para reinstaurar a paz, a segurança e a estabilidade no Sri Lanka", lamenta o ministério em um comunicado.
Um grupo de especialistas da ONU considerou que o Sri Lanka pode ser acusado de "crimes de guerra" e "crimes contra a humanidade" pelos "milhares de mortos" e civis assassinados durante a ofensiva final da guerra contra os Tigres tâmeis.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou que não tem poder para ordenar uma investigação internacional sobre essas mortes, mas decidiu que haverá um "exame" das ações humanitárias e de proteção de civis da ONU durante o final da guerra entre no Sri Lanka, em 2009.O conflito travado entre o governo e os Tigres tâmeis terminou com a derrota dos rebeldes.
"O grupo de especialistas recebeu indicações críveis que, se forem confirmadas, mostram que muitas violações graves da lei humanitária internacional e do Direito Internacional foram cometidas ao mesmo tempo pelo governo do Sri Lanka e pelos Tigres tâmeis. Algumas delas podem ser consideradas crimes de guerra e crimes contra a Humanidade", indica o relatório, divulgado apesar de fortes pressões do Sri Lanka e de países aliados.