Sanna - A oposição parlamentar iemenita anunciou neste sábado (23/4) que aceita o plano de saída da crise proposto pelas monarquias árabes do Golfo, com exceção de uma medida que prevê a formação, com sua participação, de um governo de união nacional.
"A iniciativa é positiva e aceitamos, com exceção da formação de um governo de união nacional, porque rejeitamos servir sob a autoridade do (presidente) Ali Abdullah Saleh e de prestar juramento diante dele", disse à AFP o porta-voz da oposição, Mohammed Gahtan.
Gahtan pediu a Saleh que aceite ceder o poder em um prazo de 30 dias, tal e como prevê o plano de saída da crise feito pelas monarquias do Golfo.
Segundo ele, a oposição pode formar um gabinete de união nacional com o vice-presidente, ao qual Saleh deve transferir o poder.
Até agora, a oposição exigia a saída imediata do presidente iemenita, assim como os comitês de manifestantes que organizam os protestos nas cidades do país. Estes, no entanto, rejeitam o plano proposto pelas monarquias do Golfo em sua totalidade.
Saleh afirmou na sexta-feira diante de seus partidários que aceitava o plano do Golfo, com o qual assegura querer "cooperar de forma positiva, com base na Constituição".
O presidente iemenita insiste que só deixará o poder seguindo um processo ordenado e constitucional.
Para sair da crise política na qual o Iêmen está imerso, o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) propôs a criação de um governo de união nacional, assim como a transferência das prerrogativas de chefe de Estado ao vice-presidente, além do fim das manifestações.
Segundo o plano, Saleh deve apresentar sua renúncia ao Parlamento em um prazo de 30 dias, o que permitiria que um presidente interino e um governo de união organizem eleições presidenciais nos 60 dias seguintes.