CIDADE DO VATICANO - O Paça Bento XVI lamentou nesta quinta-feira (21/4) que os cristãos tenham se tornado, "em grande parte, um povo incrédulo e afastado de Deus", vendo no Ocidente uma lassidão problemática ante a "própria cultura e história".
Ao celebrar a missa de Quinta-Feira Santa, que lembra a última ceia de Jesus Cristo com os apóstolos, antes de sua detenção e crucificação, o papa alemão observou com angústia que, principalmente, no Ocidente, "os países centros do cristianismo" estavam "fatigados da própria fé e cansados de suas próprias história e cultura". Eles não querem mais conhecer a fé", acrescentou.
"Não permitam que nos tornemos um não povo", suplicou, dirigindo-se a Deus, diante de cerca de 500 religiosos reunidos na Basílica de São Pedro.
"Não estamos resignados com a ausência (de Deus), procurando bastar a nós mesmos?", indagou, pedindo depois que tenhamos "continuadamente (...) a nostalgia" de Deus.
Já na quarta-feira, durante a audiência geral para 13.000 fiéis na praça São Pedro, Bento XVI havia se lamentado de "uma "sonolência", de uma espécie de insensibilidade da alma ao poder do mal" e paralelamente, de uma "insensibilidade com a presença de Deus".
Evocou a "aversão natural" dos homens pela morte, citando, além disso, uma verdadeira "aversão a Deus".
Joseph Ratzinger, criado na Baviera num clima muito piedoso, se disse impressionado com a descristianização rápida de seu país e de todo o Ocidente. Lamenta regularmente em seus pronunciamentos uma certa vergonha das pessoas batizadas em se dizerem cristãs, assim como uma negação das raízes cristãs da civilização ocidental.