O governo dos Estados Unidos anunciou nesta quarta-feira (20/4) que pretende doar até US$ 25 milhões em ajuda "não letal" para os rebeldes da Líbia, que lutam contra as forças do presidente Muamar Khadafi há cerca de dois meses.
O governo americano declarou que a ajuda incluiria veículos, rádios, equipamentos médicos e kits com refeições para soldados. Essa doação daria apoio aos esforços da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para proteger civis líbios dos ataques de Khadafi.
O anúncio foi feito no mesmo dia em que os governos da França e da Itália, seguindo a Grã-Bretanha, anunciaram o envio de militares para apoiar os rebeldes. Também nesta quarta-feira, o governo britânico confirmou que um cineasta e fotojornalista, que chegou a ser indicado ao Oscar, morreu na cidade de Misrata, que há semanas é palco de confrontos entre forças pró e contra Khadafi no oeste da Líbia.
[SAIBAMAIS]Tim Hetherington, que tem cidadania britânica e americana, estava tirando fotos na cidade e teria sido morto em um ataque de morteiro. Além dele, outros três jornalistas que estavam com ele ficaram feridos no mesmo ataque, e há relatos de que pelo menos um deles morreu.
Para a Organização das Nações Unidas (ONU), o suposto uso de bombas de fragmentação pelas forças de Khadafi em Misrata poderá ser considerado crime internacional. "Uma bomba de fragmentação teria explodido a apenas alguns metros do hospital em Misrata e outras informações sugerem que pelo menos duas clínicas médicas foram atingidas por morteiros ou disparos de atiradores", disse a comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay.
Pillay afirmou ainda que os ataques deliberados de instalações médicas são crime de guerra e o ataque deliberado ou colocar em perigo os civis de um país também são considerados graves violações da lei humanitária internacional. "Peço às autoridades líbias que encarem a realidade de que eles estão se enterrando, junto com a população líbia, cada vez mais fundo em um pântano. Eles devem suspender o cerco a Misrata", disse.