Manifestantes reunidos nesta terça-feira (19/4), na Praça do Relógio, rebatizada de Praça Tahrir, no centro de Homs, na Síria, foram atacados por forças policiais. A ação ocorreu horas depois de o Ministério do Interior sírio classificar os protestos contra o governo do presidente sírio, Barshar Al Assad, de "insurreição armada" e avisar que o protesto não seria tolerado.
As forças de segurança entraram na principal praça de Homs antes do amanhecer. Um manifestante disse ter visto ao menos uma pessoa morta. Ativistas de defesa dos direitos humanos afirmaram que cerca de 200 sírios morreram em semanas de protestos contra o governo.
[SAIBAMAIS]As estimativas sobre o número de manifestantes varia de 5 mil a 20 mil, segundo informações não oficiais. Determinados a permanecer na praça e sem data para sair, os manifestantes levaram barracas, comida e suprimentos.
Um dos manifestantes disse que a Praça do Relógio, em Homs, foi rebatizada de Praça Tahrir - nome da praça que se tornou símbolo da resistência no Cairo levando à renúncia do então presidente egípcio Hosni Mubarak %u2013 como inspiração para os protestos na Síria.
Na Síria, os protestos se espalharam por Homs e pela cidade de Baniyas, no Norte. Os protestos contra o governo sírio se intensificaram depois que as autoridades entregaram o corpo do líder tribal Abu Moussa, no sábado. Há suspeitas de que ele morreu na prisão.
O presidente sírio enfrenta o maior desafio de seu governo com os protestos nas ruas. Há 11 anos no poder, Assad é acusado de autoritarismo e de atentar contra as liberdades de expressão e de imprensa. Ele sucedeu o pai, que morreu enquanto estava na Presidência da República. A família Assad está no comando do país há 40 anos.