WASHINGTON - A possibilidade do limite de mandato dos cargos de poder em Cuba é um "passo importante" na direção correta, mas não garante que os cubanos poderão decidir democraticamente seu futuro, afirmou nesta segunda-feira um porta-voz do Departamento de Estado americano.
"O limite dos mandatos é potencialmente um passo importante na direção correta. Esta possibilidade nos encoraja", afirmou o porta-voz para a América Latina, Charles Luoma-Overstreet, em um e-mail enviado à AFP. "Este passo, no entanto, não garante por si só que os cubanos possam determinar democraticamente seu futuro econômico e político", indicou Luoma-Overstreet.
[SAIBAMAIS]Durante as sessões do VI Congresso do Partido Comunista em Cuba, no fim de semana, o presidente Raúl Castro propôs limitar a dois períodos consecutivos de cinco anos o mandato dos cargos do poder.
Raúl recebeu em 2006 o poder das mãos de seu irmão, Fidel Castro, que permaneceu por 48 anos no cargo e foi afastado por problemas de saúde.
O Congresso, que deve votar sobre reformas econômicas e sobre a cúpula do Partido (único legal), "é um acontecimento político interno de Cuba", disse Luoma-Overstreet.
Washington espera "o dia em que o povo de Cuba possa moldar democraticamente seu futuro econômico e político", acrescentou. Estados Unidos e Cuba não têm relações formais há meio século.
A chefe da comissão das Relações Exteriores da Câmara de Representantes, a republicana Ileana Ros-Lehtinen (Flórida), afirmou nesta segunda-feira que as mudanças esboçadas por Castro não são mais do que "uma brincadiera criada para manipular o resto do mundo". É uma "falsidade total" que um limite de mandatos "modificaria a realidade de que em Cuba há apenas um partido que tem controle absoluto", disse a legisladora de origem cubana. "O povo cubano continuará oprimido", acrescentou.