O líder cubano Fidel Castro pediu ao Congresso do Partido Comunista (PCC) que realize sem hesitação as mudanças necessárias para preservar o socialismo.
Expressando apoio às reformas apresentadas por seu irmão e presidente Raúl Castro no Congresso e ao rejuvenescimento da direção PCC, Fidel Castro assinalou que "a nova geração está convocada a retificar e mudar sem hesitação tudo que deve ser retificado e mudado, e seguir demonstrando que o socialismo também é a arte de realizar o impossível".
"A direção do Partido deve ser a soma dos melhores talentos políticos de nosso povo, capaz de enfrentar a política do império que coloca em perigo a espécie humana", acrescentou, em mais um artigo publicado no jornal oficial Granma e no site Cubadebate.cu. Fidel estima que a missão dos dirigentes do PCC (partido único no poder) é ainda mais difícil que a assumida por sua geração, quando há 50 anos proclamou o socialismo em Cuba "a 90 milhas dos Estados Unidos".
[SAIBAMAIS]"Por isso, persistir nos princípios revolucionários é, a meu ver, o principal legado que podemos deixar. Não há margem de erro nesse instante da história humana. Ninguém deve desconhecer essa realidade", advertiu. No sábado, Raúl Castro propôs limitar a um máximo de 10 anos os cargos de poder em Cuba, na abertura do VI Congresso do Partido Comunista, que aprovará cerca de 300 reformas econômicas e elegerá a nova direção política.
"Chegamos à conclusão de que é recomendado limitar ao máximo de dois períodos consecutivos de cinco anos o desempenho de cargos políticos e estatais fundamentais, isso é possível e necessário nas atuais circunstâncias", afirmou Raúl Castro, em um discurso enérgico perante os mil delegados do Congresso do PCC. Fidel Castro disse estar assombrado com a preparação dos delegados participantes, "a maioria dos quais era criança ou não havia nascido há meio século". "Não me importava tanto o que diziam, mas a forma como diziam".
No artigo publicado no domingo, Fidel justificou sua ausência nos festejos pelos 50 anos de socialismo em Cuba alegando não ter condições de aguentar o calor e o sol forte - mas enfatizou que, apesar de suas limitações de saúde, ainda pode ser um soldado das ideias. "Eu prometi que seria um soldado das ideias e esse dever ainda posso cumprir", escreveu o ex-presidente cubano, em mais um artigo publicado na imprensa oficial.
"Vale a pena ter vivido para ver o espetáculo (...), e vale a pena recordar sempre os que morreram para torná-lo possível", afirmou Fidel, referindo-se ao desfile, que também comemorou o aniversário de 50 anos da derrota da invasão anticastrista da Baía dos Porcos.