MÉXICO - O cartel do narcotráfico Los Zetas é o responsável pela morte de 116 pessoas cujos corpos foram encontrados em fossas comuns nos últimos dias no nordeste do México, garantiu nesta terça-feira a procuradora geral Marisela Morales. "Confirmamos a descoberta de um total de 116 pessoas falecidas, vítimas de ações criminosas que atribuímos, em princípio, ao grupo criminoso Los Zetas", disse a procuradora, em mensagem à imprensa.
Ela precisou que um grupo de 30 especialistas trabalhava na identificação dos corpos, encontrados desde o início de abril em dezenas de fossas distribuídas por diferentes pontos da prefeitura de San Fernando, no Estado mexicano de Tamaulipas, a 160 km da fronteira com os Estados Unidos.
Antes disso, 59 corpos encontrados em fossas comuns em um rancho do estado de Tamaulipas, na zona de fronteira com os Estados Unidos, levaram o governo mexicano a reforçar a segurança nas estradas da região onde age o cartel. Segundo a procuradoria de Tamaulipas, os corpos foram encontrados durante as investigações sobre o sequestro de vários ônibus de passageiros por homens armados. Os primeiros corpos surgiram há uma semana.
Na mesma operação, foram detidos 14 suspeitos e resgatados cinco sequestrados, segundo o Conselho Nacional de Segurança.
Os corpos foram encontrados em oito fossas comuns em um rancho da localidade de La Joya, no município de San Fernando, a 160 km da fronteira com o Texas, na rota de emigrantes ilegais que tentam chegar aos Estados Unidos e dos traficantes de drogas. Até o momento, não foi possível estabelecer se há estrangeiros entre as vítimas, segundo o Serviço Médico Legal da cidade de Matamoros.
A maior parte das vítimas foi morta a tiros, mas algumas apresentam apenas contusões e fraturas, o que indica morte por espancamento.
Nas imediações de San Fernando, as autoridades mexicanas encontraram em agosto passado 72 corpos de emigrantes das Américas do Sul e Central, incluindo brasileiros. O massacre foi cometido pelo grupo de traficantes Los Zetas.
O cartel Los Zetas foi criado nos anos noventa por militares mexicanos das forças especiais que desertaram para se unir ao narcotráfico. Entre as atividades do grupo está o sequestro de emigrantes ilegais, que são utilizados como "mulas" para levar drogas aos Estados Unidos ou são objeto de pedido de resgate.