O governo de transição na Tunísia organiza para 24 de julho as eleições para a Assembleia Constituinte. A ideia é que os eleitores escolham por meio de listas proporcionais e respeitando a paridade entre homens e mulheres.
Um decreto lei adotado pela comissão, presidida por Yadh Ben Achour, exclui as candidaturas de pessoas que tiveram cargos no governo do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali, que deixou o poder sob denúncias de corrupção e violações de direitos humanos.
Em janeiro, após 23 anos no governo, Ben Ali renunciou e deixou a Líbia com a família, refugiando-se na Arábia Saudita. Ele saiu do poder em consequência da revolta popular de dezembro e janeiro.
Durante as discussões sobre as eleições na Tunísia, o ponto alto foi a proibição dos candidatos com ligações com o antigo governo. O veto vale para quem assumiu cargos desde 1987, quando Ben Ali assumiu o poder. A medida se estende também aos que assinaram a petição de apoio a uma nova candidatura de Ben Ali em 2014.
A paridade entre homens e mulheres nas candidaturas foi considerada um marco histórico por membros da comissão eleitoral, incluindo os representantes do partido muçulmano Ennahdha. O texto também impõe um sistema de alternância no qual as mulheres devem surgir em posições de elegibilidade.
A coordenação do processo eleitoral deverá ser conduzida por uma comissão, formada por 12 integrantes. A decisão foi definida no último dia 7.