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Várias pessoas são detidas após atentado no metrô de Minsk

As autoridades de Belarus prenderam várias pessoas após o atentado de segunda-feira (11/4) no metrô de Minsk que deixou 12 mortos e mais de 100 feridos, anunciou a promotoria. O número exato de detenções não foi confirmado.

O chefe da equipe que investiga o atentado, Andrei Shved, descarta a possibilidade de que o atentado tenha sido causado por um terroristas suicida. Ele afirmou que em breve será divulgado o retrato falado dos suspeitos de terem cometido o atentando. Até o momento nenhum grupo terrorista assumiu a autoria do atentado.

A violenta explosão aconteceu na estação de metrô mais movimentada da capital, perto do gabinete do presidente Alexander Lukashenko;s. Minsk é a capital da Belarus, uma ex-república soviética que há alguns anos não conhecia um atentado.

Pouco depois da explosão, uma fumaça negra podia ser vista na estação do metrô Oktiabrskaia, enquanto passageiros deixavam o local com os rostos ensaguentados, alguns com as roupas esfarrapadas, segundo testemunhas. Imagens de televisão mostravam a estação de metrô em chamas, feridos no chão ou apoiados em pilastras enquanto outros fugiam. "As pessoas foram retiradas da estação. Ela estava cheia de fumaça. Há muitos feridos nos acessos", contou um correspondente do jornal online bielorrusso naviny.by, que estava no local. "As pessoas saem ensanguentadas da passagem subterrânea que dá acesso ao metrô. Há muita fumaça lá embaixo", acrescentou.

Atentados
Belarus, comandado com mão de ferro por Alexandre Lukachenko, no poder há 16 anos, não registrava um atentado dessa magnitude há quase três anos. Em julho de 2008, um artefato artesanal explodiu no centro de Minsk durante a festa de independência desta ex-república soviética, deixando cinquenta feridos, segundo a imprensa. Essa explosão ocorreu em meio a tensões políticas no país onde vários opositores foram presos no fim de dezembro após a controversa reeleição de Lukachenko.

A reeleição de Lukachenko com mais de 80% dos votos, no dia 19 de dezembro, provocou um grande protesto da oposição em Minsk, que denunciou fraudes. A manifestação foi dispersada pela polícia e mais de 600 pessoas foram detidas.

}Vinte e dois opositores ainda estão em detenção provisória e cinco fugiram para o exterior, principalmente um dos candidatos às eleições presidenciais, Ales Mikhalevitch, que obteve asilo político na República Tcheca. Dezenas de opositores, entre os quais candidatos às eleições presidenciais, foram acusados de "organização de protestos massivos" e foram condenados a até 15 anos de prisão.