Uagadugu - A prisão nesta segunda-feira (11/4) do presidente marfinense Laurent Gbagbo, que se negava a deixar o poder, em Abidjan, foi recebida com uma explosão de alegria em Uagadugu, capital de Burkina Faso, onde pelo menos três milhões de cidadãos vivem na Costa do Marfim, constatou um jornalista da AFP.
[SAIBAMAIS]Buzinaços e gritos de alegria tomaram conta da capital pouco depois do anúncio da prisão de Gbagbo pelas forças de Alassane Ouattara, presidente reconhecido pela comunidade internacional. Pontos da cidade, como o mercado "Rood-Wooko" e um escritório das Nações Unidas, também foram locais de comemorações. "Estamos felizes porque um indivíduo mal intencionado como Gbagbo não queria sair. Se deixarmos pessoas como Gbagbo no poder, não haverá mais democracia aqui na África", considerou Issa Compaoré, técnica em informática de 28 anos, ao volante de seu carro.
"Há um ditador que acaba de sair. É um ótimo exemplo que acabamos de dar àqueles que perdem as eleições e querem permanecer", comemorou Moussa Kaboré, comerciante de 38 anos. "Pegamos Gbagbo! Pegamos Gbagbo", gritou Catherine Traoré, de 27 anos, que acrescentou: "Não apoio Gbagbo. Ele não ganhou, tinha que sair. Estou muito feliz que tenha sido pego. O dia é extraordinário. Vou poder rever a minha mãe em Abidjan".
Cerca de 3,5 milhões de burquinenses vivem na Costa do Marfim onde trabalham em sua maioria como trabalhadores agrícolas em plantações de café e de cacau na Costa do Marfim. Segundo o governo do presidente burquinense Blaise Compaoré, cerca de 70.OOO cidadãos de Burkina Faso voltaram depois da eclosão da crise pós-eleitoral, no fim de novembro de 2010. Blaise Compaoré, que desempenhou durante um tempo um papel de mediação na crise marfinense, é odiado pelos partidários de Laurent Gbagbo, que o acusam de ter apoiado Alassane Ouattara e as forças da rebelião que combatiam ao seu lado.