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Keiko Fujimori: a candidata presidencial em nome do pai

Primeira-dama do Peru aos 19 anos, parlamentar aos 30, candidata presidencial aos 35..., Keiko Fujimori, que conseguiu ir para o segundo turno eleitoral no dia 5 de junho, por margem estreita de votos, teve uma carreira política precoce, forjada nas aventuras e desventuras de seu pai, o ex-presidente Alberto Fujimori.

Com sua camiseta cor de laranja ou com os adornos coloridos da serra, Keiko Sofía Fujimori Higuchi, descendente de japoneses, percorreu o país numa extenuante campanha.

Para os analistas, a votação obtida é produto de uma parte da população que defende cegamente a obra do ex-presidente Alberto Fujimori que, com mão dura derrotou a guerrilha do Sendero Luminoso, acabando com a hiperinflação. Mas há a outra parte maior, que condena as práticas de corrupção e violação aos direitos humanos. E são a essas pessoas que precisará convencer, se quiser ser presidente.

Para o bem ou para o mal, ela viveu à sombra de seu pai, que depois de governar entre 1990 e 2000, está agora preso numa guarnição policial de Lima, condenado em 2009 a 25 anos de prisão, como autor intelectual de duas matanças que deixaram 25 mortos.

Em 1994, Keiko se viu lançada aos 19 anos, de forma abrupta na vida política quando Fujimori e sua esposa, Susana Higuchi, se separaram. O presidente propôs, então, a Keiko ser a primeira-dama.

Alternou o cargo com estudos de administração de empresas nos EUA, que se tornaram fonte de grande polêmica, com investigações sobre se esses estudos foram ou não pagos com dinheiro público.

Quando o ex-presidente viajou abruptamente, em 2005, ao Chile e foi detido, Keiko se viu obrigada a entrar uma vez mais na arena política, participando da eleição parlamentar de 2006.

O resultado foi surpreendente: obteve a maior votação entre os 120 novos parlamentares: um pouco mais de 690.000.

Nascida em Lima em 25 de maio de 1975, Keiko aspira, agora, à presidência, com um estilo tranquilo.

Obrigada a responder uma e outra vez sobre seu pai, adquiriu o hábito da paciência.

"Sinto vergonha do tribunal que o condenou injustamente; foi o melhor presidente que o Peru já teve", disse ante as câmeras.