TRÍPOLI - O governo do coronel Muamar Kadafi aceitou o "mapa do caminho" proposto pela União Africana (UA) como saída pacífica para o conflito na Líbia, declarou domingo o presidente sul-africano Jacob Zuma.
"A delegação do irmão líder (Kadafi) aceitou o mapa do caminho que lhe apresentamos", disse o presidente em uma breve declaração aos jornalistas na residência Bab Al Aziziya do ditador líbio em Trípoli.
"A solução proposta será detalhada em um comunicado", acrescentou, sem precisar quando o texto será divulgado.
"Este comunicado vai pedir que a Otan cesse seus bombardeios (na Líbia) com o objetivo de dar uma oportunidade de um cessar-fogo", completou.
Zuma explicou que outros "compromissos" o obrigavam a deixar a Líbia na noite deste domingo, mas precisou que já havia sido concluída a reunião de várias horas entre a delegação africana e o regime líbio.
Outros membros da delegação passarão a noite em Trípoli e viajarão segunda-feira para Benghazi, "capital" dos rebeldes, situada a mil quilômetros a leste de Trípoli, para tentar convencer a insurreição a depor armas.
A iniciativa parece delicada já que os líderes da rebelião rejeitam qualquer cessar-fogo que implique na manutenção de Kadhafi ou seus filhos no poder.
Além de Jacob Zuma, compunham a delegação da UA seus colegas Amadou Toumani Touré (Mali), Mohamed Ould Abdel Aziz (Mauritânia) e Denis Sassou Nguesso (Congo), bem como o ministro ugandês das Relações Exteriores, Henry Oryem Okello.
Reunidos no dia anterior em Nouakchott, os mediadores haviam reiterado os objetivos de sua missão: "término imediato de todas as hostilidades", envio de ajuda humanitária e abertura de um diálogo entre o regime e a insurreição.