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Primeiro-ministro japonês promete não abandonar vítimas de catástrofe

ISHINOMAKI - O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, comprometeu-se neste domingo a ajudar os habitantes do nordeste do país, que perderam tudo no devastador terremoto seguido de tsunami do dia 11 de março, afirmando em mais uma visita à região que não os abandonará.

A cerca de 100 km ao sul, a central nuclear de Fukushima continua sendo motivo de preocupação neste domingo, quase um mês apís a onda gigante de 14 metros de altura que danificou suas instalações elétricas e seus circuitos de resfriamento.

Em sua segunda viagem à área mais atingida pela catástrofe, Kan visitou o porto de Ishinomaki, gravemente prejudicado pelo terremoto de magnitude 9 e pelo tsunami.

Ondas de mais de 10 metros destruíras as instalações portuárias e as embarcações em toda a costa pacífica da região de Tohoku, condenando ao desemprego milhares de pescadores.

"Nós não os abandonaremos", prometeu Kan, em entrevista a uma rádio local. "O governo vai trabalhar com todas as suas forças junto com vocês".

O prefeito Hiroshi Kameyama pediu a construção "o mais rápido possível" de moradias temporárias para cerca de 17.000 pessoas, que continuam vivendo nos abrigos montados para receber aqueles que perderam suas casas. Dos 163.000 moradores da cidade, 2.653 morreram e 2.770 continuam desaparecidos, segundo o último balanço provisório de vítimas.

Durante uma reunião com o governador da província de Miyagi, Yoshihiro Murai, Naoto Kan prometeu a construção de 70.000 casas no noreste. Atualmente, 150.000 pessoas ainda ocupam os abrigos da região.

Num momento em que chega ao fim o período de luto de um mês observado pelas famílias das vítimas, o governo considera que chegou a hora de reconstruir.

Um comitê especial encarregado de organizar as obras na região de Tohoku será anunciado oficialmente na segunda-feira, quando a catástrofe completa exatamente um mês.

Na ocasião, Kan - cujas pesquisas continuam indicando sua baixa popularidade - fará um discurso para pedir à população que aumente seu consumo, estimulando a economia japonesa.

Entretanto, a contaminação radioativa provocada pelo acidente nuclear de Fukushima pode agravar ainda mais a situação dos agricultores e pescadores do nordeste, cujos produtos já foram embargados em vários países.

No plano interno, vários produtos agrículos foram proibidos nas cidades que cercam a usina de Fukushima, e as análises realizadas em peixes pescados no litoral revelaram taxas anormais de césio em uma enguia.

O governo reconhece que a situação na central nuclear continua instável um mês depois do acidente, que cada vez mais é comparado à catástrofe de Chernobyl, em 1986.

A Tokyo Electric Power (Tepco), companhia que opera a central de Fukushima, está tentando conter a propagação da radiação, depois de conseguir fechar um vazamento que lançava água altamente contaminada diretamente no oceano.