GAZA - O conflito armado entre Israel e o Hamas, o mais violento desde 2009, já deixou 17 palestinos mortos desde a última quinta-feira na Faixa de Gaza, continua neste sábado, com projéteis palestinos sendo lançados contra o território israelense e ataques aéreos em represália.
Um palestino, membro das Brigadaz Ezzedin Al Qasam (braço armado do Hamas), morreu na manhã deste sábado em mais um bombardeio israelense, desta vez no leste da Cidade de Gaza, segundo fontes palestinas.
A morte eleva a 17 o número de palestinos mortos desde o começo das hostilidades - cujo estopim, na última quinta-feira, foi o disparo de um míssil antitanque da Faixa de Gaza, que atingiu um ônibus escolar israelense e feriu gravemente um adolescente.
É o maior balanço de vítimas na Faixa de Gaza desde a ofensiva israelense "Chumbo grosso", empreendida para revidar os ataques de foguetes palestinos, em 2008-2009.
Pelo menos 30 projéteis disparados da Faixa de Gaza caíram no sul do território israelense neste sábado, sem provocar vítimas ou danos, segundo a rádio militar israelense.
Algumas cidades desta região, alvo preferencial dos foguetes e obuses palestinos, foram evacuadas pelo governo israelense ao longo da semana por precaução. Aqueles que permaneceram passaram a noite em abrigos e porões
Cerca de 10 foguetes Grad, com alcancede até 50 quilômetros, caíram perto das cidades de Ashdod, Beersheva, Kyriat Gat e Ofakim.
De acordo com a rádio pública, o novo sistema de defsa antimísseis Iron Dome (Cúpula de Ferro) interceptou cinco foguetes do tipo Grad desde a noite de sexta-feira.
As Brigadas Ezzedin Al Qasam e as Brigadas Al Qods, braço militar da Jihad Islâmica, grupo radical aliado do Hamas, assumiram a autoria dos foguetes disparados neste sábado.
Gideon Saar, ministro da Educação israelense e membro do gabinete de segurança do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, disse à rádio militar que "demos golpes duros no Hamas e continuaremos a fazê-lo".
Na noite de sexta, dois militantes do Hamas morreram e outro ficou gravemente ferido em um ataque aéreo israelense contra Raffah, no sul da Faixa de Gaza, segundo fontes médicas. Os três estavam em um automóvel.
Outros três bombardeios israelenses, que não causaram vítimas, atingiram um túnel de contrabando perto de Raffah, o campo de refugiados de Jabaliya (norte) e um carro a leste da Cidade de Gaza.
Um porta-voz do exército israelense confirmou à AFP que a aviação havia atacado "alvos terroristas" durante a noite, entre os quais três dirigentes do Hamas, um túnel e um veículo que transportava armas.
O governo do Hamas decretou "estado de emergência" neste sábado para os serviços de segurança, que deverão trabalhar 24 horas por dia devido aos confrontos com o exército israelense, segundo um porta-voz.
"O ministério do Interior decretou o estado de emergência. Todas as forças de segurança devem trabalhar 24 horas por dia, assim como os serviços de defesa civil e os serviços médicos, para proteger e salvar os habitantes, feitos alvo pelo ocupante sionista", declarou Ihab al Ghusein, porta-voz do ministério.
"Os grupos palestinos (de Gaza) haviam se comprometido a respeitar o consenso palestino (de uma trégua) e a acabar com os disparos de foguetes, mas o agressor sionista fez com que tudo fracassasse, matando civis, mulheres, crianças e velhos", acrescentou.
Al Ghusein também acusou o exército israelense de atirar deliberadamente contra os socorristas e ambulâncias, e de ter lançado "obuses de fósforo branco, cujo uso é proibido pelo direito internacional".