BUENOS AIRES - A União Cívica Radical (UCR, social-democrata), oposição, anunciou nesta quinta-feira (7/4) na Argentina a candidatura a presidente do deputado Ricardo Alfonsín, o que motivou a renúncia à postulação de um de seus adversários internos, o vice-presidente da nação, Julio Cobos. "Alfonsín (59 anos) é o candidato da UCR", anunciou o Comitê Nacional, máximo órgão partidário, em ato público, apesar de ainda ter que passar pelas primárias obrigatórias e abertas de 14 de agosto, anteriores às eleições presidenciais de 23 de outubro.
Cobos (55 anos) desistiu de se apresentar logo em seguida, respeitando a decisão do Comitê da UCR, ao qual pertence, permanecendo como vice-presidente do governo peronista de Cristina Kirchner. "Nestas condições, vou desistir (das primárias) porque há agora um candidato. Fecharam-me as portas", disse Cobos em entrevista à imprensa.
Cobos fez parte da chapa vencedora com Kirchner em 2007, como parte de uma aliança tática, rompida por discrepâncias em relação à economia e à administração institucional.
Cristina Kirchner ainda não disse se vai se apresentar à reeleição pela coalizão governista Frente para a Vitória (peronistas e aliados). Outros candidatos à disputa são o prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri (PRO, direita) e o ex-presidente Eduardo Duhalde (2002-2003), de um setor peronista dissidente.
Alfonsín é filho do ex-presidente falecido Raúl Alfonsín (1983-1989), que conduziu a transição democrática depois da ditadura (1976-1983).
Alfonsín tem como adversário nas primárias o senador Ernesto Sanz, que disse de forma ambígua, na rede social Twitter, que seguirá "trabalhando por um projeto que derrote o ;kirchnerismo;", sem confirmar se manterá de pé sua candidatura.
Cobos teve destaque no país quando apoiou a greve patronal agrária contra o Governo, em 2008, contra os impostos às exportações.