Brasília - A Missão da Organização das Nações Unidas na Costa do Marfim (Unoci) anunciou nesta terça-feira (5/4) que as forças leais ao presidente do país, Laurent Gbagbo, que se recusa a deixar o poder, estão prontas para se render. O comunicado foi apresentado pelo alto comando das Forças de Segurança do governo, que incluem o chefe do Estado Maior, o comandante da polícia e o da Guarda da República.
As informações são das Nações Unidas com base em dados fornecidos pela Unoci. Em comunicado, a Unoci diz ter recebido um telefonema de três militares ligados diretamente a Gbagbo informando que eles se colocavam à disposição da missão para a rendição.
O telefonema foi feito pelo chefe do Estado Maior da Defesa e Forças de Segurança em nome dos comandantes da polícia e da Guarda da República. Por ordem da Unoci, os três receberão proteção desde que entreguem as armas e coloquem-se à disposição da missão.
Ontem, por despacho, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, informou sobre a operação militar em Abidjan contra as forças de Gbagbo na tentativa de impedi-las de usar armas pesadas contra os civis. A estimativa é que cerca de 800 pessoas tenham morrido nos confrontos. As tropas francesas apoiaram a ação.
Os combates se intensificaram com a entrada em cena da ONU e da França. A crise na Costa do Marfim começou há mais de quatro meses, na sequência das eleições presidenciais de 28 de novembro. Na ocasião, Alassane Ouattara foi reconhecido como presidente eleito pela maioria da comunidade internacional, mas o rival Gbagbo se recusa a deixar o poder.