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Corte Suprema de Bangladesh afasta Nobel da Paz do Banco Grameen

Brasília - O Prêmio Nobel da Paz de 2006, Mohammed Yunus, de 70 anos, foi afastado da direção executiva do Banco Grameen de microcrédito, o qual ajudou a fundar. A decisão foi tomada pelo comando do Banco Central de Bangladesh e nesta terça-feira (5/4) recebeu a validação do Supremo Tribunal do Bangladesh. No mês passado, Yunus recorreu à Corte Suprema alegando que seu afastamento tinha motivações políticas.

Mas o recurso de Yunus foi negado. Porém, um grupo de nove diretores do Banco Grameen tentará uma nova ação na Corte Suprema no esforço de manter o Nobel da Paz à frente da instituição. Para o Banco Central de Bangladesh, Yunus assumiu o cargo de diretor executivo do Banco Grameen, sem autorização do governo. As informações são da agência pública de notícias de Portugal, a Lusa.

Para analistas financeiros, a situação é motivada por questões de política interna. A política de Bangladesh é comandada pela primeira-ministra, Hasina Wajed, que tem como adversária Khaleda Zia. Ambas foram contrárias à indicação de Yunus para o Nobel de 2006 e por sua atuação na defesa da criação de uma terceira legenda no país.

Em dezembro de 2010, um documentário norueguês denunciou transferências ilegais de fundos entre duas entidades do Grameen. Sob suspeitas, Yunus virou alvo de denúncias. O Grameen Bank foi criado em 1983 e concedeu crédito a 8,3 milhões de pessoas de 81.367 aldeias de Bangladesh.

O Banco Grameen empresta sem garantias nem papéis. A procura, na sua maioria, é de mulheres, que são responsáveis por 97% das solicitações. De acordo com dados da instituição, a taxa de recuperação é de 98,85%. Parte do capital do banco, 25% está sob controle do Estado.