Pelo menos 41 pessoas morreram e 70 ficaram feridas em um duplo atentado suicida neste domingo em um santuário muçulmano na província de Punjab, no centro do Paquistão, afirmou à AFP um oficial de polícia no local das explosões.
As explosões aconteceram fora do santuário sufi do século XIII de Ahmed Sultan, popularmente chamado de Saji Sarwar, no distrito de Dera Ghazi Khan.
Centenas de fiéis haviam se reunido no santuário para uma cerimônia religiosa quando os atentados ocorreram.
"Até agora encontramos 41 corpos", disse o oficial de polícia Zahid Husain Shah.
"Eram dois homens-bomba, que chegaram caminhando e detonaram os explosivos quando os guardas os interromperam", disse o policial à AFP.
Muitos feridos estão em estado grave e todos foram levados ao hospital de Dera Ghazi Khan para serem atendidos, indicou o oficial.
Shah disse à AFP que as forças de segurança prenderam dois supostos cúmplices. Ao que tudo indica, um deles também planejava acionar uma carga explosiva presa em seu corpo. Ele foi identificado como Fida Husain, um refugiado afegão com entre 15 e 16 anos, proveniente das regiões tribais paquistanesas.
Pouco antes, o chefe da polícia regional, Ahmed Mubarak, havia dito que os dois terroristas tentaram entrar no santuário, mas, como não conseguiram, detonaram os explosivos do lado de fora.
O chefe da polícia local, Tasaduq Hayat, também confirmou o duplo atentado, mas não indicou o número de mortos.
O primeiro-ministro Yusuf Raza Gilani condenou "esses atos covardes de terror" que "mostram claramente que os envolvidos não têm fé alguma e também não aacreditam nos valores humanos".
"Esses atos de violência parecem ser apenas uma conspiração para dividir a sociedade e criar medo", disse Gilani em um comunicado divulgado por seu gabinete.
De acordo com outra fonte policial, que pediu anonimato, o santuário já havia recebido ameaças de militantes não identificados.
Os seguidores do sufismo, um braço místico do Islã, são alvo de um crescente número de ataques por parte de militantes islamitas no Paquistão.
Até o momento, nenhum grupo reivindicou o atentado, mas os extremistas sunitas, incluindo os talibãs, são opositores ferrenhos dos sufis e consideram os santuários templos de idolatria.
Mais de 4.150 pessoas morreram vítimas de atentados suicidas e explosões de bombas - atribuídos aos talibãs e a outros grupos islamitas - desde que as forças do governo invadiram uma mesquita radical em Islamabad em julho de 2007.