NOVA YORK - Os preços do petróleo aproximaram-se de seu teto do ano nesta quinta-feira em Nova York, quando as forças de Muamar Kadhafi ganharam terreno frente aos rebeldes líbios.
No New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril de West Texas Intermediate (designação de "light sweet crude" negociado nos EUA) para entrega em maio fechou em 106,72 dólares, em alta de 2,45 dólares em relação a quarta-feira.
Na sessão, o WTI alcançou 106,83 dólares, perto de seu teto de 7 de março passado (106,95 dólares), seu nível mais alto desde setembro de 2008.
"Quando as forças da Otan começaram a bombardear, as pessoas pensaram que isso ajudaria a resolver a situação: tínhamos informação de que os rebeldes tinham ocupado dois portos importantes para poder exportar petróleo", explicou Rich Ilczyszyn, da Lind Waldock.
Mas os "rebeldes foram rejeitados pelas forças de Kadhafi. A ideia que se impõe é que isso vai tomar mais tempo que o imaginado. A situação evolui para uma guerra civil", previu.
Segundo o analista, a alta dos preços acelerou-se em reação às informações que indicavam que a CIA tinha mobilizado agentes para entrar em contato com a rebelião e guiar os ataques aéreos.
O mercado petroleiro acompanhava principalmente os confrontos que ocorriam em torno do terminal petroleiro de Brega (800 km a leste de Trípoli).
Na quarta-feira, as forças de Kadhafi tinham recuperado o porto petroleiro de Ras Lanuf.
"Os rebeldes não conseguem manter território sem o apoio das forças externas", estimou Andy Lipow, da Lipow Oil Associates.
"Teme-se que a produção petroleira continue interrompida durante longo tempo e que os confrontos atuais conduzam a um impasse ou a uma nova escalada militar", completou.
As exportações de petróleo do país, que antes do início das hostilidades alcançavam 1,3 milhão de barris diários, estão quase presos.