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Rebeldes escolhem o Catar para comercializar o petróleo líbio

Doha - O Catar, o primeiro país árabe a reconhecer o órgão de direção da rebelião contra o regime de Muamar Kadafi, foi escolhido pelo Conselho Nacional de Transição (CNT) líbio para a comercialização do petróleo produzido no país nas zonas controladas pelos insurgentes.

As exportações deverão recomeçar em "menos de uma semana, anunciou domingo um porta-voz da insurreição, Ali Tarhoni.

"Nós produzimos cerca de 100.000 a 130.000 barris por dia e podemos facilmente aumentar este ritmo até 300.000 barris por dia", declarou Tarhoni à imprensa em Benghazi, no leste da Líbia.

"Entramos em contato com a companhia de petróleo do Catar e eles aceitaram comercializar a commodity para nós", prosseguiu Tarhoni, em referência a Catar Petroleum (QP), empresa pública deste pequeno país do Golfo, rico em gás e petróleo.

O CNT é integrado por 31 representantes das principais cidades líbias e constitui de fato o governo da oposição, que nos últimos dias tomou o controle de todo o leste da Líbia.

"O Estado do Catar decidiu reconhecer o CNT como único representante legítimo do povo líbio", declarou uma fonte do ministério das Relações Exteriores do Catar.

O Catar também foi o primeiro país árabe a participar da operação militar internacional, da qual também fazem parte os Emirados Árabes Unidos, um país produtor do Golfo.

Assim, dois Mirage 2000 do Catar, acompanhados de dois caças franceses, realizaram na sexta-feira a primeira missão aérea no céu líbio, como anunciara o Estado-Maior francês.

Outros aparelhos catarianos devem se somar em breve à base aeronaval de La Sude, em Creta.