Da Agência Lusa
Brasília ; O Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito, responsável pelo governo provisório do país, anunciou nesta segunda-feira (28/3) que em setembro ocorrerão eleições parlamentares. Os militares também informaram que vão suspender as leis de emergência em vigor no país desde 1981. Por essas leis, a polícia tem poderes amplos para executar prisões e fazer pronunciamentos. Segundo o conselho, o processo de transição política no país será tranquilo.
Paralelamente, os militares informaram que o ex-presidente Hosni Mubarak e os parentes dele estão em prisão domiciliar vigiada no Egito. Os militares negaram que ex-presidente tenha partido rumo à Arábia Saudita para receber tratamento médico.
No começo deste mês, os egípcios aprovaram em referendo diversas alterações à Constituição destinadas à realização de eleições livres e justas e que também permitem a candidatura de independentes.
O Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito confirmou ainda que será aberto inquérito na Anistia Internacional para apurar as acusações sobre a prática de tortura pelo Exército.
;Tendo em consideração o que foi dito e repetido ultimamente sobre a tortura de mulheres jovens detidas por membros das Forças Armadas no último protesto na Praça Tahrir, asseguramos que vão ser tomadas as medidas necessárias para determinar sua veracidade e tomar as medidas necessárias;, diz em comunicado o conselho.
De acordo com a Anistia Internacional, as torturas ocorreram após os militares terem dispersado com o uso da força uma manifestação em 9 de março na Praça Tahrir, e detido 18 mulheres. Segundo a entidade, as mulheres foram espancadas, levaram choques elétricos e forçadas a tirar a roupa.