Sanaa - O presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, cada vez mais isolado ante a revolta popular no país, anunciou nesta quinta-feira (24/3) que se defenderá por "todos os meios possíveis" e fez um apelo aos militares que desertaram a "refletir".
"Vamos nos manter junto à legalidade constitucional e preservaremos a segurança, a independência e a estabilidade do Iêmen por todos os meios possíveis", declarou Saleh em um discurso divulgado pela televisão estatal.
Em um encontro com oficiais do Exército e da Polícia fiéis ao presidente, o mandatário pediu "vigilância" na véspera de uma nova jornada de mobilização de jovens manifestantes e de seus partidários.
O chefe de Estado também criticou a oposição parlamentar, que defende os protestos populares, ao considerar que, "inclusive se nos envolvermos em um acordo com eles (líderes da oposição), a situação será pior".
Mesmo assim, convidou os oficiais e militares que desertaram a se unirem à oposição, para que "reflitam" depois de terem cometido uma "estupidez".
Os jovens manifestantes, que realizam protestos na Praça da Universidade de Sanaa há mais de um mês, decidiram fazer uma "jornada para a saída de Ali Abdullah Saleh" e marchar até o palácio presidencial na sexta-feira se este permanecer no poder.
Saleh pediu a seus partidários que se reúnam também na sexta em uma praça próxima ao palácio presidencial, a vários quilômetros do centro de Sanaa, longe da Praça da Universidade.
O chefe de Estado aumentou as concessões, tendo chegado inclusive a prometer sair no final do ano, mas a oposição e o povo exigem que saia imediatamente.
O Exército está dividido depois da baixa de seu líder, o general Mohsen Ali al-Ahmar, que se uniu aos manifestantes. Um novo incidente entre unidades rivais no sudeste do país deixou três feridos nesta quinta-feira.