Santiago - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, se comprometeu a colaborar para esclarecer casos de violações dos Direitos Humanos cometidos durante a ditadura de Augusto Pinochet, disse o ex-mandatário Eduardo Frei, que participou com outros dois ex-presidentes chilenos de centro-esquerda de um encontro com o americano.
Obama se reuniu com os ex-mandatários Patricio Aylwin (1990-1994), Eduardo Frei (1994-2000) e Ricardo Lagos (2000-2006), pertencentes à Concertação, coalizão de centro-esquerda que governou o Chile por 20 anos após a ditadura de Pinochet e que hoje faz oposição.
A ausência sentida foi a de Michelle Bachelet (2006-2010), primeira mulher a assumir a Presidência no Chile, que alegou compromissos pela agência ONU-Mulher.
"Eles vão colaborar para que se esclareçam todas as violações dos Direitos Humanos", comentou Frei, após o encontro realizado antes de um discurso de Obama para a América Latina.
Os Estados Unidos aparecem vinculados à conspiração que derrubou o presidente socialista Salvador Allende e instaurou a ditadura de Augusto Pinochet, em 11 de setembro de 1973.
A justiça chilena investiga também a morte do ex-presidente Eduardo Frei Montalva (1964-1970), pai de Frei Ruiz-Tagle, que morreu depois de ser submetido a uma cirurgia de rotina, mas informações indicaram que foi envenenado em 1982, quando se projetava como um forte opositor de Pinochet.
Agentes da CIA aparecem ligados ao caso.
Anteriormente, durante seu discurso em La Moneda, Obama afirmou à imprensa local: "Qualquer solicitação realizada pelo Chile para obter mais informações sobre o passado é algo que certamente vamos considerar e queremos cooperar".
"Falamos, em geral, da transição chilena, do esforço deste país para ter uma transição pacífica, com um crescimento econômico nunca visto no Chile", acrescentou Frei.
Obama realiza uma visita ao Chile como parte de sua primeira viagem pela América Latina que começou sábado no Brasil e que será concluída na terça-feira em El Salvador.