KITAKAMI - Uma coluna de fumaça branca que foi vista nesta segunda-feira (21/3) saindo do reator 2 da central nuclear de Fukushima (nordeste do Japão), depois de um incidente semelhante no reator 3, obrigou à retirada de uma parte dos funcionários que trabalhava no local para evitar uma catástrofe maior.
Estes são os primeiros incidentes preocupantes desde a última quarta-feira na central de Fukushima Daiichi (N;1), gravemente danificada pelo terremoto seguido de tsunami do dia 11 de março.
"Às 15h55 (03h55 de Brasília), recebemos um relatório da central que indicava a saída de fumaça cinza do teto do reator número 3", declarou a Tokyo Electric Power (Tepco), que opera a usina.
"Ordenamos a evacuação dos funcionários que estavam nas imediações", acrescentou.
Poucas horas depois, a Tepco comunicou que a fumaça havia parado de sair do reator 3, mas indicava que o número 2 começou a emitir uma fumaça branca.
O reator 3 é o que mais preocupa as autoridades, pois contém combustível MOX, uma mistura de óxidos de plutônio e de urânio obtidos a partir de produtos reciclados, cujas partículas são consideradas mais nocivas que as de combustível à base de urânio.
Na semana passada, a parte superior de sua estrutura foi completamente destruída por uma forte explosão, provocada pelo acúmulo de hidrogênio.
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, disse nesta segunda-feira que a situação em Fukushima (nordeste) estava melhorando pouco a pouco.
"Os esforços empregados para solucionar a crise na usina nuclear permitem que a situação melhore de forma lenta, mas regular", destacou.
Os seis reatores foram conectados a uma fonte elétrica, mas o material deve ser testado antes pelos técnicos para evitar um curto-circuito. Segundo a televisão pública NHK, estas verificações podem durar ainda dois ou três dias.
O sistema de resfriamento do reator 5, que estava desligado para uma revisão quando o terremoto aconteceu - e onde não houve explosão - funcionava normalmente nesta segunda.
Um dirigente da Agência de Segurança Nuclear anunciou que a sala de controle do reator 2 pode ser reativada a partir desta segunda-feira.
A população, entretanto, continua em alerta, principalmente os 35 milhões de habitantes da região de Tóquio, que temem a chegada de substâncias radioativas à capital por meio dos ventos que sopram sobre a central.
As autoridades proibiram a venda de leite e de dos tipos de hortaliças cultivadas em quatro cidades próximas à central nuclear de Fukushima, devido a um nível de radioatividade anormalmente elevada, embora "não seja perigoso para a saúde humana", anunciou o porta-voz do governo.
O governo faz de tudo para tranquilizar a população, e reiterou que o nível de radioatividade presente na chuva, na água das torneiras e em alguns alimentos produzidos nas regiões próximas à central não representam ameaça para a saúde.